terça-feira, 21 de setembro de 2010

MEDITAÇÃO SOBRE O ÚLTIMO JUIZO

Considera a majestade com que o soberano Juiz vai aparecer em Seu Tribunal, cercado de Anjos e Santos e tendo diante de si, mais brilhante que o sol, a Cruz, como sinal de graça para os bons e de vingança para os maus.
À vista deste sinal e por determinação de Jesus Cristo, separar-se-ão os homens em duas partes; uns se acharão à Sua direita e serão os predestinados; outros à Sua esquerda e serão os condenados. Separação eterna! Jamais se encontrarão de novo juntos.
Então se abrirão os livros misteriosos das consciências: nada ficará oculto. Clara e distintamente hão de ver-se nos corações duns e doutros tudo o que fizeram de bom e de mau, as afrontas a Deus e a fidelidade às Suas graças, os pecados e a penitência. Ó Deus, que confusão duma parte e que consolação da outra.
Escuta atentamente a sentença formidável que o soberano Juiz pronunciará contra os maus: “ Ide malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e seus anjos”. Pondera bem estas palavras, que os hão de esmagar por completo: Ide. Esta palavra já nos está anunciando o abandono completo em que Deus deixará a sua criatura, expulsando-a de Sua presença e não a contando mais no número daqueles que Lhe pertencem. Ide, malditos. Ó minha alma, que maldição esta! Ela é universal, pois encerra todos os males, e ela é irrevogável, porque se estende a todos os tempos, por toda a eternidade tremenda. Ó eternidade de penas eternas, quão horrível és tu!
Escuta também a sentença que decidirá sobre a sorte feliz dos bons: Vinde, dirá o Juiz. Ah! Esta é a doce palavra de salvação, pela qual o nosso Divino Salvador nos há-de chamar a si, para receber-nos, bondoso, entre Seus braços. Vinde benditos de Meu Pai. Ó bênção preciosa e incomparável, que encerra em si todas as bênçãos! Possuí o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Ó meu Deus, que graça! Possuir um Reino que nunca terá fim!

( De São Francisco de Sales- Bispo e Príncipe de Genebra)

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