domingo, 29 de maio de 2011

CORRENTES DE ORAÇÃO

Recebo todos os dias inúmeras "correntes de oração", todas com algum tipo de pressão, e todas com uma promessa fantástica. Ou ameaça grotesca. As pessoas que navegam na internet devem usar do bom senso e jamais reenviar estas coisas que só entopem caixas de mensagens, e não trazem nenhum benefício. Elas no fundo desagradam a Deus, porque como O escravisam. Não existe oração mais poderosa do que o TERÇO DIÁRIO EM FAMÍLIA. Quem faz isso, esqueça o resto... Jamais esqueça a Santa Missa é claro!

Vejam o texto de Ricardo...

Rodam por aí várias orações dizendo que a pessoa rezando-as por um período certo de tempo, ou por tantas vezes ou passando para tantas pessoas, recebem graças ‘impossíveis’; bastando para isso cumprir o que se pede. São orações que dizem por exemplo. “Reze-a por três dias seguidos e passe para quinze pessoas que dentro de sete dias acontecerá algo incrível na sua vida”. E mais, nestas mesmas orações são exemplificadas situações onde fulano ganhou na loteria, ou fulana que conseguiu casar, e mais, fala de ‘ desgraças’ que aconteceram com aquelas pessoas que recebem a oração e não cumprem a proposta.

Vou transcrever uma dessas aqui para que o leitor entenda melhor do que estou falando.
“- Divino Espírito Santo, você que ilumina os meus caminhos para que alcance meu ideal, você que me dá o dom divino de perdoar, esquecer o mal que fazem, e que todos os instantes da minha vida está comigo, eu quero neste curto período de diálogo adorando-lhe por tudo e quero confirmar mais uma vez que nunca mais separarei de Vós, por maior que seja minha ilusão material, não será maior que a vontade que sinto de um dia estar convosco na Glória.
A pessoa deverá fazer esta oração por três dias seguidos sem fazer pedido. Dentro de oito dias será alcançada uma graça por mais difícil que seja. Não guarde esta carta, pois ela deverá dar a volta ao mundo para que todas as pessoas continuem a alcançar a graça do Senhor. Não importa se alguém não precisa de nada, faça e envie o mais rápido possível. Esta carta pode ser distribuída em qualquer igreja. Acredite em Deus.
Tudo irá bem, esta carta foi enviada para lhe dar sorte. Ela dá a volta ao mundo e hoje encontra você que tem sorte de ter ela nas mãos.
Envie 21 cópias para aqueles que necessitem de sorte.
Não fique com a carta por mais de nove dias. Ela veio da Venezuela por um missionário, que enviou aos amigos e após nove dias recebeu uma graça. Constantino recebeu e pediu para que sua secretária tirasse cópias e antes de nove dias recebeu milhões na loteria. Maria Vasco, empregada doméstica recebeu a carta e esqueceu-se de remetê-la, perdeu o emprego. Lembrou-se da carta e a remeteu, arrumou emprego melhor que o anterior. Carlos tinha a carta e a jogou fora com desprezo, passados nove dias perdeu a esposa.
Não deixe de remeter esta carta e logo verá que irá receber uma surpresa maravilhosa. Acredite e confie no poder de Deus.”

Perceba que a oração ao Espírito Santo é linda, remete a humildade e a resignação diante dos problemas principalmente materiais, a oração em si é muito bonita e com certeza o Espírito Santo gostaria muito que você a recita-se todos os dias.
Mas estou aqui pra falar do que procede à oração. Esta carta, que se assemelha muito a muitas outras que já recebi nomeia como ‘sorte’ a ocasião de você ter recebido esta oportunidade. Veja bem, ninguém sabe quem é o tal missionário que trouxe esta carta. Ninguém conhece os pormenores da vida de cada pessoa citada na carta, isso se essas pessoas existem, cabe a cada um acreditar ou não no que ali está escrito, mas perceba que a oração ao Espírito Santo é colocada em tom de retribuição, o que difere do verdadeiro sentido da oração, que é a busca da Salvação.
Não quero negar a ação de uma oração, mesmo porque rezando-se corretamente e com fé tudo é possível, TUDO; mas digo isso porque o Espírito Santo como esta dito na carta, pode lhe tirar algo caso você não siga o que ela pede, a exemplo de Carlos que perdeu a esposa, porém, o Espírito Santo não castiga ninguém por não rezar uma oração corretamente, nem Jesus, nem Deus, nem Nossa Senhora, nem nenhum Santo nem Anjo age desta forma. Uma pessoa que recebe esta carta fica na obrigação de enviá-la e cumpri-la no prazo com medo de que alguma coisa ruim aconteça. Ou tem a esperança de que ela por si só caiu dos Céus para resolver seus problemas. O mistério da oração é muito maior do que podemos compreender, ela não é uma receita para que você ganhe na loteria ou para que tenha um emprego melhor. Mais uma vez, não estou aqui dizendo que estes tipos de carta são mentira, mas quando receber uma carta desta leia com espírito alerta, não se prenda as promessas e ameaças de uma oração ‘sem procedência’ e acredite infinitamente na misericórdia do Pai.
Para nós, rezar é tão importante quanto respirar, mas mantenha-se alerta em tudo que envolve questões religiosas, e tome muito cuidado com orações quando cita-se o Espírito Santo, Jesus, envolvendo-os com questões que podem ser consideradas terrenas, pois é assim que protestantes e evangélicos rezam. E nunca esqueça-se de Maria, NUNCA.

Existem milhares de orações inspiradas diretas do Céu que realmente auxiliam, cada um tem a sua consciência, mas promessas de graças só se vier da própria Santíssima Trindade, ou da própria Maria, ou de Santos consagrados; a exemplo disto temos o Rosário, oração direta de Nossa Mãe, temos a Santa Missa, mistério de vida que constitui pura Graça Divina, assim como as orações de Santa Brígida, a Oração do Santo Sepulcro, a de São Judas Tadeu, Santo Expedito, Frei Galvão, João Paulo II, Nossa Senhora do Desterro, São Miguel, entre outras que são mistério de incompreensível amor. Compare por exemplo as promessas de Jesus a quem rezar as quinze orações de Santa Brígida, não há cobrança nem ameaças nem promessas de riquezas materiais, isso é mistério de incompreensível amor.

As orações citadas no início, que prometem alívio cronometrado, muito conhecidas como “correntes” podem sim ser feitas, mas mais uma vez, com Espírito em alerta, não dê bola para aqueles que dizem que se você ‘quebrar a corrente’ terá uma consequência ruim. A oração é auxilio de Vida e Salvação, não é receita para se casar e ficar rico, tudo isso são coisas que podem acontecer se for o plano de Deus para sua vida, mas só quando sua busca se volta às coisas do verdadeiro Reino dos Céus. Mais uma vez repito a frase de Jesus, que pra mim diz tudo e realmente transforma minha vida.
“Busque as coisas do alto e todo o mais lhe será dado por acréscimo”.
Perceba que se fossem verdade todas estas correntes de oração, a frase “Não busque as coisas do alto que tudo o mais lhe será tirado” seria verdade. Sendo que isso é uma inverdade, Jesus nunca faria isso, Jesus é amor e amor só soma.

Para finalizar, quando você estiver em posse ou for convidado para alguma dessas orações de corrente, tenha bastante cuidado em cumpri-la, na dúvida procure um Santo Sacerdote para lhe esclarecer. Por exemplo, eu a recebi e estou passando-a, porém só estou passando a oração, pois é só o primeiro parágrafo que pra mim realmente agrega um valor Divino, apaguei o que transpassei aqui de fulano e ciclano que ganhou na loteria ou perdeu o casamento.

A vida individual de cada um diz respeito a sua fé e cada ser humano tem um plano oculto que Deus nos deu e que demora até o ultimo momento da vida para ser cumprido; a oração em si nos auxilia nas tribulações da vida e também é uma arma contra as forças infernais, não é o exemplo de pessoas que se deram bem rezando ou que se deram mal não rezando que conta, conta sim a nossa esperança e nossa intenção no ato de orar, conta é a fé que você põe na misericórdia de Deus, é a esperança que você pode ter confiando nos desígnios de Deus e a aceitação do cumprimento integral dos planos Dele para você, fazendo de tudo para estar em comunhão com a Santíssima Trindade, respeitando o que o Santo Padre nos ensina e o que a Igreja Católica Apostólica Romana ainda prega com fundamentos em Jesus e alicerces em São Pedro e São Paulo.

A oração que transpassei da tal carta é suficiente, perceba que ela individualmente atribui muito mais valor a fé cristã, sendo que o restante da carta modifica o real sentido da misericórdia Divina. Não se sinta obrigado a passar uma oração com medo de que alguma desgraça lhe atinja, pois que Deus Ele seria se te castigasse por esquecer uma oração destas, na gaveta por exemplo. Mais uma vez, Deus não castiga por isso, você não vai perder o marido, não vai perder o emprego pela causa de não ter levado em frente esta oração, o mistério da oração está infinitamente além destas questões. Tome cuidado para não pegar uma coincidência da vida, e atribuí-la a uma carta, ou a uma oração mal feita ou não cumprida. Nestes tempos finais, lute pelos dons do Espírito Santo, discernimento, fortaleza... E antes de qualquer oração, o mais importante é a vida em busca de Deus, a comunhão com Cristo e a manutenção do seu estado de graça, com isso o verdadeiro beneficio da oração inundará seu coração!

Ricardo

A MORTE DE MARIA SANTISSIMA

Registra o evangelho que Nosso Senhor confiou a Virgem Santissima ao discípulo predileto; e a tradição acrescenta que São João cuidou dela com piedade filial até à sua morte.
Nos últimos anos de sua vida, assim nos fala a tradição, que os apóstolos, de volta de países distantes, encontravam-se reunidos. Jesus apareceu também junto de sua Mãe, que morria, e recolheu seu último suspiro.
entretanto, São Tomé, um dos apóstolos, não pudera assistir à morte de Maria, e receber sua última bênção porque estava em missão muito distante. Penetrado de dor e de sentimento por ter sido privado dessa ventura, suplicou que se abrisse o túmulo a fim de que pudesse contemplá-la pela última vez. Abriram-no, com efeito; mas --- ó prodígio!--- o sepulcro estava vazio. Fecharam-no de novo, convictos de que o Senhor tinha recebido no céu o corpo imaculado de sua Mãe.
Desde esse tempo, a Igreja creu sempre que Maria Santissima fora imediatamente depois de sua morte levada ao céu pelos anjos em corpo e alma.
Comemora-se esse fato todos os anos no dia 15 de agosto, sob o titulo de festa da Assunção de Nossa Senhora.

Deixa para trás os medos e os sentimentos de derrota

Eu estou ao teu lado.Sempre.
Chama-me.
Busca-me.
Lembra-te de mim.
Vivo em ti desde sempre e sempre te estou esperando para amar-te.
Se hás de vir até Mim algum dia..Que seja hoje, neste momento!
Cada instante que vives sem Mim,é um instante infinito que perdes de Paz.
Procura tornar-te criança... simples, generosa doadora, com capacidade de extasiar-te e capacidade para comover-te ante à maravilha de sentir-te humano.Porque podes conhecer Meu amor, podes sentir uma lágrima, podes compreender
uma dor.Não te esqueças de que és Meu milagre.
Que te quero feliz, com misericórdia, com piedade, para que este mundo em que transitas possa acostumar-se a felicidade, que tu aprendas a sorrir.
E se és Meu milagre, então usa os teus dons e muda o teu meio ambiente,contagiando esperança e otimismo sem temor porque...
EU ESTOU AO TEU LADO!"DEUS"

Maria e os Discipulos recebendo o Espírito

O que os vossos olhos contemplam neste
exato momento é o cumprimento da Promessa de Deus anunciada pelos
profetas e confirmada pessoalmente por Jesus, isto que vedes acontecer
agora conosco é o mesmo que Deus tem preparado para todos aqueles que
crerem e aceitarem de todo coração este presente de Deus, você poderá
recebé-lo agora, hoje, amanhã ou até o fim dos tempos, pois a promessa é
para vós e para vossos filhos e antes que venha o grande dia do Senhor
Deus terá derramado do seu Espírito sobre todo ser vivo em toda a face
da terra.


O que aconteceu em Pentecostes para
Maria Mãe de Jesus e os Apóstolos foi o primeiro Batismo no Espírito,
mas não seria o ultimo, porque ele foi prometido para todas as pessoas
incluindo eu e você e como não estavamos lá naquele dia certamente ele
virá até nós hoje onde estivermos, mesmo que seja nos consfins do mundo.

Sinal da Cruz

Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

sábado, 28 de maio de 2011

CONTRA A MAGIA

Os Padres da Igreja Contra a Magia


“Os Padres da Igreja sobressaíam por sua capacidade de compreensão das coisas celestiais e pela agudeza de pensamento com que perscrutavam as profundidades da Palavra de Deus”.
Papa Pio XII
O Ensinamento dos Padres da Igreja
Escreve a antropóloga Cecília Gatto Trocchi, no seu livro A magia: “Os Padres da Igreja consideram a magia como um mentira, não necessariamente no sentido de que os magos e os feiticeiros produzem os seus efeitos evocando e empregando aquelas forças negativas mentirosas e demoníacas que Cristo havia submetido ao seu domínio. O exercício das artes mágicas significa, portanto, não reconhecer a mensagem de salvação de Cristo e empreender uma relação privilegiada com Satanás, tomando em um determinado sentido o lugar de Deus. A magia torna-se a decisão de prolongar a eficácia dos demônios para além dos limites concedidos no tempo da salvação, que se iniciou com Cristo além dos meios sacramentais transmitidos por Jesus á sua Igreja”.
O ensinamento dos antigos Padres da Igreja, gregos e latinos, estava baseado sobre a eficácia da redenção operada pela cruz de Jesus Cristo: a gente se defende com a cruz, não com amuletos e encantamentos, repetia São João Crisóstomo nas suas Catequeses para os neófitos:
“A cruz de Cristo destruiu a morte, derrotou o pecado, esvazio o inferno, venceu o poder do demônio. (...) A cruz fez ressurgir o mundo interior, e tu não confiaste? Um cristão deveria envergonhar-se e ruborizar-se por ter deixado seduzir pelo encantamento da magia”.
Esta – afirma o próprio Crisóstomo na pregação de Ano Novo - é “uma maluquice extrema”; “o uso dos amuletos é idolatria completa” afirma também no seu comentário a Carta aos Colossenses.
Também Santo Atanásio, nascido e crescido em ambiente egípcio de cultura helenista, falando sobre a encarnação do Verbo, menciona a magia como “loucura”, visto que a humanidade é mesmo o cosmos foram libertados do medo depois da vinda de Cristo e da sua vitória redentora na cruz:
“Uma vez tudo (no paganismo) estava cheio de erro dos oráculos. Os oráculos de Delfos e de Dodona, da Beócia, da Lícia, da Libía e do Egito, os oráculos da Pítia enchiam de pasmo a fantasia dos homens. Portanto, desde quando Cristo foi anunciado em toda parte, cessou esta maluquice e entre eles não se encontra ninguém que profetize. Outrora os demônios iludam os homens apossando-se das fontes, dos rios, das árvores e das pedras, e com os seus sortilégios aturdiam os néscios. Agora, ao invés, depois da revelação divina do Logos (de Jesus Cristo), esta vã aparência cessou: com um simples sinal-da-cruz o homem lhe descobre o engano. (...) E que dizer da sua magia que tanto admiravam? Antes que chegasse entre nós o Logos, era poderosa e operante entre os egípcios, os caldeus e os hindus, e maravilha os espectadores; mas a presença da verdade e da revelação do Logos condenou a magia e a suprimiu”.
Escreve Santo Agostinho: “As predições dos espíritos demoníacos são devidas a habilidades particulares, bem diversas daquelas que consentem aos santos anjos e aos profetas de Deus realizar suas. De fato estes, se anunciam alguma coisa, fazem-no por disposição divina e depois de ter escutado, assim é que não enganam nem são enganados, e as suas previsões conseqüentemente são verdadeiras e dignas da máxima consideração. Ao invés, os espíritos demoníacos não só se enganam, mas fazem cair no erro também os outros. Enganam-se, acima de tudo, porque quando predizem as próprias pretensões, estas são imprevistamente transtornadas pelo Alto. Um pouco como se homens, submetidos a uma outra autoridade, depois de terem dispostos a execução de alguma coisa, vêem-na proibida, depois de longa peroração, imediatamente pelos seus superiores. Os espíritos demoníacos erram nas questões naturais tal qual acontece aos médicos, aos marinheiros e aos camponeses, mas estão em condições – graças às características dos seus corpos aéreos – de conhecer antecipadamente muitas coisas de maneira mais aguda e poderosa; mas também estas coisas passam por imprevistas variações por causa de disposições por eles completamente ignoradas, mas não pelos anjos que adoram o sumo Deus. Tudo isto assemelha-se um pouco ao caso daquele médico que, depois de ter diagnosticado ao doente uma pronta cura, com base em sintomas precedentes, o vê morrer improvisamente por algo não previsto; ou também o caso do marinheiro que, depois de ter calculado a duração de uma tempestade de ventos, vê Cristo – enquanto navega com os seus discípulos – mandar aos ventos furiosos que se acalmem, com as seguintes palavras: “E fez-se uma grande calmaria” (Mt 8,26); de maneira semelhante como acontece ao agricultor que, depois de ter visto, graças a seu conhecimento da terra e das sementes, um belo enxerto das videiras em condições de frutificar abundantemente, ver, por uma imprevista variação climática, secar tudo ou até mesmo destruir-se tudo pelo capricho de um poderoso. Assim estão, portanto, as coisas em relação às capacidades adivinhatórias dos espíritos demoníacos, os quais, mesmo prevendo alguma coisa com base em causa menores e habituais, vêem tornar-se vãs as suas previsões, por causas mais importantes e desconhecidas” (Santo Agostinho, De divinatione daemonum, cap. VI).
“Os demônios não pode fazer mais do que lhe é permitido”, dizia Santo Agostinho.
Santo Tomás de Aquino, um dos maiores teólogos da História da Igreja, afirma na Suma Teológica: “Os Santos Padres escrevem que os demônios têm poder sobre os corpos e sobre a imaginação do homem, segundo a permissão de Deus. Eis porque os feiticeiros, com a sua ajuda, podem fazer malefícios. Na Sagrada Escritura o apóstolo Paulo coloca as “idolatrias e as feitiçarias” entre as obras “daqueles que não podem herdar o reino de Deus” (cf. G1 5,20) e o apóstolo João recorda que é reservado “o tanque ardente de fogo e enxofre” aos feiticeiros e idólatras (cf. Ap 21,8)”.
São Pedro Apóstolo exorta com afinco sobre a tentação do diabo: “Sede sóbrios e vigilantes! Eis que o vosso adversário, o diabo, vos rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firme na fé, sabendo que a mesma espécie de sofrimento atinge os nossos irmãos espalhados pelo mundo” (1 Pd 5, 8.9).

CONTRA OS EMBUSTES

O exorcista italiano e escritor, padre Francesco Bamonte escreve:
“A diminuição da espiritualidade, ligada à descristianização do mundo moderno, parece arrastar o homem exatamente para aquele ralo de insegurança existencial, de medo e de falta de confiança, do qual o cristianismo havia libertado o mundo”. Tornam-se então admoestadoras as palavras do cardeal Joseph Ratzinger, (papa Bento XVI) citadas expressamente na Nota Pastoral dos bispos toscanos:
“A Cultura atéia do Ocidente moderno vive ainda graças à libertação do medo aos demônios trazidos pelo cristianismo. Mas se esta luz redentora de Cristo precisasse apagar-se, mesmo com toda a sua sabedoria e com toda a sua tecnologia o mundo recairia no terror e no desespero: já vemos sinais deste retorno das forças das trevas, enquanto crescem no mundo secularizado os cultos satânicos”.
O insigne padre Bamonte convoca os cristãos para lutar contra os embustes, charlatanices dos operários do diabo e de todo o sistema satânico.
É nosso dever proclamar a verdade que liberta o ser humano de todo engano religioso. (Jo 8, 32-36).
“Levar os homens à verdade é o maior benefício que se pode prestar aos outros”, afirma Santo Tomás de Aquino.
Jesus Cristo é a única verdade absoluta que liberta e salva o ser humano de toda magia, espiritismo, bruxaria, satanismo, da teologia da prosperidade, das seitas, das heresias e de todo sistema da Nova Era.
Como cristãos batizados temos o poder da Santíssima Trindade, a remissão pelo sangue de Cristo, a fortaleza do nome de Jesus, a proteção na Cruz do Salvador, a graça da salvação, a vitória por meio da fé, a força do amor para o bem do próximo, a tranqüilidade da paz do Senhor, a justiça como Lei para o bem comum e a Palavra de Deus para levar a Boa Nova ao mundo inteiro.
O cristão é detentor das armas mais poderosa do universo para transformar a humanidade. Foi Cristo que disse: “Eis que eu vos dei o poder de pisar serpentes, escorpiões e todo o poder do Inimigo, e nada poderá vos causar dano” (Lc 10,19).
Os Santos Padres da Igreja foram vitoriosos e verdadeiros exemplos de seguidores de Cristo devido à posse das virtudes espirituais.
Nos Padres da Igreja podemos contemplar o zelo ardente pela formação espiritual, pela defesa da fé, a unidade da Igreja e o poder da comunhão eucarística.
A formação catequética para o discípulo era demorada devido que a ‘graça’ não era algo barato. A doutrina da graça para os Padres da Igreja era o tesouro único da Salvação da alma (Ef 2, 8.9: Tt 3,7).
No paganismo as doutrinas eram terrenas, perniciosas e baratas. Diferente da doutrinas de Jesus Cristo que era celestial, Justa, amorosa e de alto valor que custou o precioso sangue do Filho de Deus (1Pd 1,18-20).
“COM TEU SANGUE ADQUIRISTE PARA DEUS GENTE DE TODA TRIBO, LÍNGUA, POVO E NAÇÃO” (Ap 5,9).
Os Padres da Igreja sabiam e viviam os escritos dos Santos Apóstolos de Cristo, por isso seu zelo pela graça era fundamental para a moral Cristã, fidelidade da doutrina e a fortaleza da fé até ao martírio.
É imensurável, belo e colossal a vida e os ensinos dos Padres da Igreja.
Os Padres da Igreja, os Doutores e os Santos são os nossos heróis da fé.
A vida dos Padres da Igreja resplandece a luz de Cristo no caminho da vida ativa e contemplativa.
Já dizia Santo Afonso de Ligório: “A verdadeira sabedoria é a sabedoria dos santos: saber amar a Jesus Cristo”.
Como era por demais evangélico o desprendimento dos Padres da Igreja pelas coisas materiais. A sua visão de riqueza era a graça de Cristo e as moradas eternas.
Eram homens cheios de fé, de sabedoria e do Espírito Santo. Suas vidas eram tomadas pela divina misericórdia. O amor era o triunfo de suas almas. Da obediência ao sacrifício: tudo era por amor. Para eles a maior vitória era vencer suas tentações interiores. Renunciar sempre a carnalidade era a meta constante desses Santos Homens de Deus. Os desafios e lutas eram vencidos pelos poderes da oração, jejum, silêncio e da Palavra de Deus.

CONCLUSÃO

Tudo já foi dito pelos Santos Padres da Igreja para nossa doutrinação da fé, para nossa formação espiritual e para a nossa salvação eterna.
Resta tão somente estudar com profundamente para adquirir conhecimento, fortaleza da graça e evangelizar o mundo.
Os Padres da Igreja são portos seguros da nossa fé católica e seus escritos são marretas que estraçalham as seitas, heresias e todo tipo de magia.
Os tesouros da doutrina cristã, da espiritualidade, do amor ardente ao Senhor Jesus Cristo e a mística abissal encontram-se nos Padres da Igreja.
De suas vidas podemos seguir o fiel modelo de oração, jejum, meditação, estudo da Palavra de Deus, fidelidade à doutrina e a Igreja de Cristo e a gloriosa esperança da vida eterna.
Vamos mergulhar a fundo e com total radicalidade nos estudos dos Santos Padres da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pe. Inácio José do Vale
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo
Professor de História da Igreja
Faculdade de Teologia de Volta Redonda
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com

Bibliografia:

Bamonte, Francisco. Magia ou ciência? Como libertar-se da superstição, da feitiçaria e dos charlatões, São Paulo: Editora Ave Maria, 2005, pp. 122-124.

__________Possessões diabólicas e exorcismo: como reconhecer o astuto pai da mentira, São Paulo: Editora Ave-Maria, 2007, p.19.

Aquino, Felipe Rinaldo Queiroz de. Na escola dos Santos Doutores, Lorena, SP: Cléofas, 1996.

Figueiredo, Fernando, Antônio. Introdução à Patrística: vida, obra e doutrina cristã nos primeiros anos da Igreja, Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.


VOCÊ E O SISTEMA

“A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriaguez passa, mas a estupidez dura para sempre.”

Aristófanes (c. 445-c. 386 a.C).
Filósofo Grego

Nós devemos ser sempre quem nós realmente somos imagem e semelhança do Criador: seres inteligentes, construtores e empreendedores espaciais, e jamais vaquinhas de presépios, marionetes, fantoches, patinhos feios na lagoa, maria-vai-com-as-outras e robôs.
Muita gente age a partir de premissas totalmente erradas. O fundamento do que se vê e ouve é radicalmente falso. Daí o resultado é catastrófico. Já dizia a Sentença Latina: “Non omne id quad fulget, aurum est” - “Nem tudo que reluz e ouro”.
O sistema tem programado as pessoas para aceitarem o mal, a derrota, a violência e todos os tipos de desgraças sem perceber, sem reação e sem atitudes de transformações para o seu bem e para o bem comum.
O sistema usa de tudo: desde a má qualidade dos alimentos, a má educação alimentar a indústria do entretenimento.
O sistema tem seus gigantes para manipular, alienar e escravizar como: os meios de comunicação, o capitalismo, religiões, seitas, partidos políticos e a oligarquia da ciência e da tecnologia. Tudo isso tem como objetivo levar o povo a ideologia da banalidade e do relativismo.
São milhões de anos da classe dominante que esmaga os oprimidos. Mas, tem gente que não aceita a opressão e busca valentemente a libertação. E como ser liberto? Quem responde é o maior orador romano, o intelectual da ética política do Senado de Roma e o autor da obra: Catilinárias Marco Túlio Cícero: “Nemo, nisi sapiens, líber”-“Ninguém é livre a não ser o sábio”.
Quem é sábio? “É aquele que não se deixar ser manipulado pelo sistema, rejeita rigorosamente a estupidez e busca ardentemente conhecer e viver toda verdade”. Afirmou o maior Mestre de todos os tempos Jesus de Nazaré: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
O conhecimento da verdade é a arma mais poderosa do mundo. Vence o medo, quebras as cadeias e torna o sábio vitorioso. O conhecimento faz o sistema estremecer! O sistema faz de tudo para que o conhecimento jamais chegue à mente do povo. Conhecer é enriquecer tudo em nossa vida!


A VÍTIMA

Os monstros geradores de lucros para elite dominante do sistema são: certas doenças, pornografia, abortos, drogas, violência, tráficos de arma, de remédios, de mulheres, corrupção, guerras, conflitos e terrorismos.
Os pensadores dos dráculas do sistema são construtores de grandes castelos do horror lucrativo financeiro em cima dos vivos mortos, ou seja, das caveiras ambulantes.
Tudo isso é a terrível cultura de morte que é a fonte geradora do capital que mantém vivo, poderoso e dominante o sistema maquiavélico.
É a falta de consciência no contexto: social, político, e econômico, cultural e religioso que faz as pessoas caírem na armadilha do sistema. Muitas dessas vítimas morrem sem nunca terem a experiência do verdadeiro gozo de viver a vida.
O sábio não cai nas garras do sistema. A sua consciência e de titãs. Afirma o grande pensador latino Tito Marcio Plauto: “Sapiens ipse fingit fortúmam sibi”- “O homem sábio constroe o seu próprio destino”.

CONCLUSÃO

Longe do sábio as ideologias perniciosas e expressões mortíferas como: todos os políticos são iguais, a política é coisa de bandidos, dinheiro não traz felicidade, por amor vale a pena morar debaixo da ponte, isso e aquilo é pecado, tudo é o diabo, o sofrimento é bom e a pobreza é boa.
Chega de contos de fadas, de fantasias ideológicas, de enganos, de boçalidades e da estupidez monstruosa do sistema.

“Alea jacta est”- “A sorte está lançada”.


Dr. Inácio José do Vale
Especialista em Ciência Social da Religião
Professor de História do Cristianismo
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com

MILAGRE

Após inúmeras insistências das videntes para que se realizasse um
milagre para que todos pudessem ver e crer, o anjo, finalmente,
consentiu e disse à vidente Conchita González que, no 18 de Julho de
1962, a comunhão invisível que lhes tinha dado (a ela e às outras
videntes), poderia nesse dia ser vista na língua dela. Mas ela só
deveria anunciar tal fato 15 dias antes. No dia pré-estabelecido,
Conchita, em sua casa, entrou em êxtase; saiu, deu a volta numa esquira e
caiu de joelhos numa rua adjacente. A medida que a multidão se
acotovelava a sua volta, ela pôs a língua para fora, e nela apareceu
imediatamente uma Hóstia branca e muito brilhante. (Esta foto mostra a hóstia que tomou-se visível na língua de Conchita).Uma
testemunha, que eslava a uns centímetros de distância, espalhou a
sugestão de uma impostura: ".... não pareceu ter sido lá depositada, mas
talvez se possa descrever que, pelo contrário, lá se materializou, mais
rápido do que o olho humano possa ver". Todavia, um fotógrafo amador
com uma máquina cinema conseguiu filmaros últimos momentos do milagre.


SEGUNDA MENSAGEM SIGNIFICATIVA



Próximo do fim das aparicoes, N. Senhora disse às videntes que estava
descontente, pois sua primeira mensagem fora despercebida. Por isso
anunciou que ia dar uma segunda mensagem, que seria a última, pela
intercessão de S. Miguel, no dia 18 de junho de 1965. Com o aproximar-se
do dia marcado, milhares de visitantes, da Espanha e de muitas terras
estrangeiras, superpopulando a pequena aldeia montanhosa, para
testemunharem a aparição e ouvirem a seguinte mensagem da SSma. Virgem:

"Em virtude de a minha mensagem de 18 de Outubro não ter
sido obedecida nem realizada e conhecida pelo mundo, advirto-vos, pois,
que esta é a última. De inicio, o cálice estava a encher. Agora está a
transbordar. Muitos cardeais, muitos bispos e muitos padres estão no
caminho da perdição e com eles estão conduzindo muitas almas. Cada vez
MENOS IMPORTÂNCIA É DADA Á EUCARISTIA. Vós deveis afastar a ira de Deus
para longe de vós com vosso estorço. Se Lhe pedirdes perdão com coração
sincero, Ele vos perdoará. Eu, a Vossa Mãe, pela intercessão de S.
Miguel, peço que vos emendeis. Estais a receber o último aviso. Amo-vos
muito e não quero a vossa condenação. Rezem com sinceridade e nós
ouviremos as vossas preces. Deveis FAZER MAIS SACRIFÍCIOS. Lembrai-vos
da Paixão de Jesus"

O Sacramento da Penitência

O exame de consciência é o meio que melhor nos prepara para recebermos o Sacramento da Penitência, onde o nosso coração ( consciência) se defronta, à luz da vontade de Deus, os pecados graves, leves, as imperfeições e incoerência da vida.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

CEIA MALDITA

Nesta madrugada tive um sonho que terminou numa espécie de torpor, entre o sonho e a realidade. Durante o sonho eu viajava com minha camionete antiga, por diferentes lugares, até chegar e estacionar em um grande pátio – como de um colégio – calçado com pedras de granito. Estávamos em três pessoas ali, mas no carro estava eu sozinho. E os dois outros desconhecidos, chutavam bola, um para o outro, ali mesmo no calçamento.

Mas, sem falar nada entre nós, nos dirigimos a uma capela que ficava naquele pátio, e entramos por uma porta lateral, porque a porta de frente estava fechada. Estranhei isso, porque ali se celebrava uma “missa”. E realmente nós entramos por aquela lateral, que parecia – com toda a parede – de vidro, porque de fora podíamos ver tudo como era dentro.

E até tive uma certa vergonha de entrar assim, com todo mundo olhando para a gente, que na verdade estava chegando atrasado para a celebração, e me parecia que aquele povo, através daquele vitral, estivera observando a gente bater bola no pátio, mesmo tendo – a tal missa – já começado. Isso dava uma demonstração de extremo pouco caso, e por isso entramos meio envergonhados.

Dentro, o espaço era assim dividido. Havia na frente um elevado, de apenas um degrau, onde não havia altar, apenas algumas cadeiras em semicírculo. Ali estavam sentados, o padre – no centro e próximo à parede – e os ministros e acólitos nos lados. De frente para este altar, havia mais um elevado também de um degrau, que formava como que uma caixa de britas, de brita média, e nela estavam espetados alguns bancos, não em linha, mas de forma relaxada e aleatória.

Constava de duas tabuas fincadas no solo, e uma seca por cima, com bancos para duas ou três pessoas apenas, sem encosto. Algo muito rústico, que parecia ser assim de propósito para blasfemar contra Deus, não para ser um local de oração. Era isso que eu sentia naquele ambiente. Não havia muitos bancos, mas largos espaços vazios para transitar ali. O sentido da brita era exatamente para evitar que qualquer pessoa ali viesse a se ajoelhar, pois seria extremamente dolorido o fazer sobre as pedras cortantes.

Nas laterais e no fundo, um espaço de piso de concreto, de uns cinco metros de largura, rodeava todo o resto do recinto, por todos os lados da caixa de britas. Por ali transitavam pessoas, como turistas, e eram os que não assistiam a celebração, e estavam ali apenas como para um encontro social, quem sabe uma ceia ou coisa assim. Apenas os que estavam sentados na caixa de britas, num quadro de 10 metros, por 10 metros, prestavam alguma atenção no que ali acontecia, os outros, das laterais, faziam rodinhas de conversa, e batiam papo animadamente, embora não em voz muito alta.

Em frente, o sacerdote e os ministros da comunhão e acólitos, permaneceram todos sentados, e isso durante toda a celebração. Na realidade, houve apenas leituras, parece que o padre disse algumas poucas coisas, tudo bem rápido, como se aquilo não fosse de fato importante. E também não houve a consagração, tudo como se fosse um simples culto, embora com a presença do sacerdote. Tudo era muito vazio, sem sentido, até angustiante estar ali em meio àquele burburinho, naquele ambiente super estranho.

Num dado momento o padre se levantou e era então o momento da ceia, que para mim era Eucaristia. Como vi um sacrário, na frente e às costas do padre, pensei que já havia ali espécies consagradas, e então começamos a formar fila para a comunhão. Neste momento, havíamos todos saído já da caixa de britas, pelos fundos, e retornávamos para formar filas pelas laterais. Ao meu lado, dois senhores de idade, destes velhos ricos e cheios de etiquetas, me fizeram gestos de passagem, pedindo que eu fosse na frente.

Vi que se formavam várias filas, pois havia os ministros, mas tomei a direção do padre, que se achava bem no centro da caixa de britas. Quando chegamos perto dele, vi que o padre havia esquecido de trazer o cálice, e fiquei parado na frente dele esperando. Ele estava tão alheado, tão por fora, que esquecera disso. Devo dizer que o padre não estava paramentado, mas vestindo roupa comum, e vendo que não tinha trazido o cálice, meio irritado e patético, colocou as mãos na cabeça, virou de costas e saiu correndo buscar.

Foi então ao “sacrário” e pegou dois cálices, como se fosse distribuir em duas espécies. Mas chegando perto de mim, pegou um dos cálices, e irritado colocou ele fincado aos meus pés, até com certa raiva. Do outro cálice retirou uma partícula e colocou na minha boca. Depois pegou também aquele cálice, fincou raivosamente no chão, apontou com a mão para cada um dos dois velhos que me seguiam como se dissesse: distribuam vocês!

Como eu já havia recebido a “comunhão”, e sabendo que sou eu Ministro e eles não eram, mas simples leigos – o que é proibido pela Igreja – juntei eu um dos cálices, o primeiro deles, me virei, e comecei a distribuir eu mesmo. Entretanto, estranhamente percebi que a partícula que o padre tinha me colocado na boca era algo duro, não pão, mas – pasmem – era como couro de boi, até sem gosto algum. Imagine, couro de boi! Algo difícil de mastigar, e vi que, com aquilo na boca, eu não conseguiria dizer a cada uma das pessoas: O Corpo de Cristo, como sempre o fazemos aqui. Fui então distribuindo aquilo, enquanto tentava mastigar e engolir a coisa que o padre colocara em minha boca.

Falo agora do cálice. O cálice que o sacerdote colocou fincado aos meus pés, era de um formato muito estranho. Constava de duas tabuinhas de madeirite envernizadas, cortadas em forma de cálice, e unidas entremeio por uma lata cor de ouro – era lata comum e vulgar, e não ouro – que formava não um cálice, mas uma espécie de cocho, tipo aqueles que o gado se alimenta, embora pequeno. Era um pequeno cocho!

Quando peguei aquele estranho objeto na mão, olhei para o pé do cálice e vi que ali, naquela lata, estava escrita em latim, uma certa frase, da qual entendi apenas uma palavra. Então uma voz me traduziu ao ouvido dizendo este horror de frase: se mandares buscar o boi, não o traga inteiro, e sim apenas uns pedaços! A frase literalmente era um deboche, uma blasfêmia contra o Corpo Santíssimo de Cristo.

E aqui voltou à minha mente, uma passagem de um padre formador de catequese, que fez palestras aqui em Santa Catarina, para formar os catequistas de dezenas de dioceses e paróquias, que disse algo assim: Hoje não é mais preciso consagrar para deixar no sacrário. Isso era antigamente, quando não havia a medicina avançada de hoje. Então, para o caso de uma Unção dos Enfermos, se precisava ter partículas consagradas. Mas, hoje, com a medicina moderna, pode-se consagrar apenas para a ocasião – e estão sim fazendo isso aqui, em algumas paróquias. E terminou dizendo: de qualquer forma, um freezer é para guardar um boi inteiro, não apenas uns pedaços.

Pasmem, já soube de outros sacerdotes, que estão usando a mesma expressão diabólica. Comparam o Santo Sacrário com um freezer, e o Corpo Santíssimo de Jesus com um boi, não só isso, mas boi morto, quando Jesus, na Eucaristia é vivo e real. Alguém, um dia, irá pagar muito caro por haver inventado esta monstruosa blasfêmia.

E continuando a visão, para meu horror, enquanto mantinha o cálice – ou cochinho – meio inclinado, vi cair no chão três rodelas – que para mim pareciam ser de couro – mas eram como esta bolacha “Maria” de pacote, que a gente compra no mercado. Na realidade, elas tinham sim a aparência, a cor, de couro de boi recém saído do curtume, e eram de diferentes formas e tamanhos. Também tinham desenhos e enfeites, como estes que se pintam nos doces.

Vi que, na realidade, para algumas pessoas aquilo as repugnava. Uns gostavam, e quando caíram aquelas três rodinhas no chão, vi que alguns correram juntar, como se estivessem com fome, e as disputaram entre si. Havia alguns tipos de bocados daqueles, que se pareciam com doces, com orelhinhas viradas e com recheio interno de goma, que pareciam deliciar a certos alguns, que as pegavam avidamente. Mas tudo sem um sentido de respeito profundo, mas de costas, de lado, eu é que ia andando no meio deles, como se fosse um garçom, esperando a boa vontade de clientes chatos.

Na realidade, eu distribuía a ceia para aquelas pessoas que não estavam em cima da caixa de britas, e sim para aquelas das laterais, os turistas, que pareciam ter vindo ali, somente para se alimentarem ou provarem das “iguarias”, digamos, daqueles “canapés”, dos mais diferentes tipos, que eu retirava daquele cochinho. Como disse, uns achavam bom, outros reclamavam da comida e na realidade tinham que reclamar, porque aquele couro que eu tinha na boca, eu não o consegui mastigar, e isso por todo o tempo em que estive a distribuir aquelas diferentes coisas. Nem lembro se o engoli, mas era muito ruim. Quem sabe por ser abominação e não o Corpo de Cristo, minha vontade era cuspir fora.

Quando terminei – a gente tinha que forçar as pessoas pegarem, era estranho aquilo mas era assim, forçado, tinha que ir oferecendo – fui ao “sacrário” da parede ao fundo para guardar o resto que sobrara. Porém, estranhamente, não havia farelos no fundo do tal cochinho, e sim um escuro azeite queimado, com restos de fritura, e havia ainda um pedaço de carne vermelha frita, que sobrou. Na verdade, não me parecia agora, de perto, que fosse um sacrário real, mas sim um de forno, para manter os comestíveis quentes.

Eu não sabia o que fazer com aquele “resto”, e tentei ver se alguém queria, pelo menos aquele ultimo pedaço de carne, mas ninguém o aceitou. Nem eu o quis comer, pois me repugnava, devido a aquele outro que eu mal conseguira engolir. Então fiquei ali, meio abobado, imaginando o que fazer com aquelas coisas e até pensei que se derramasse aquilo na pia era ruim, porque poluiria as águas. Também não havia como diluir o azeite sem detergente, para colocar nas plantas. Que fazer então?

E enquanto assim pensava, observando toda aquela multidão falante e completamente alheada, que rodeava aquele salão enorme, uma voz me disse ao ouvido três palavras em latim: Panem, homines, omnium! Que para mim significou assim: Pão dos homens, para todos os homens! E enquanto esta frase ecoava em minha mente, muitas e muitas vezes, a visão foi se esvaindo, até voltar ao estado de consciência normal.

E em verdade isso tem lógica, por tudo que se sabe, que ainda está por vir. Não será mais o Pão da Vida, o Pão dos Céus, o Corpo de Cristo – porque não houve consagração – mas sim um simples pão dos homens, para alimentar os homens fisicamente. Será uma ceia de confraternização, com diferentes comes e bebes, quem sabe cada um trazendo de casa, um prato feito para repartir entra os convivas.

E se o leitor duvida que isso acontecerá um dia, pode aguardar surpresa. Quando estive em Amsterdã, na Holanda, percebi que ao final as pessoas se reúnem para um café, com bolos e doces, que são trazidos pela comunidade. E havia um brasileiro, que estava lá com certa dificuldade, que não perdia uma só Missa – e Missa boa e santa e verdadeira, com muito ardor e fé, no lado polonês – por causa dos comes e bebes ao final. E assim começa: No fim, que mal trazer esta ceia para o salão principal? Entenderam o sentido?

Acreditem, levei mais de duas horas para voltar a dormir de novo, tanta tristeza me deu ao perceber que, sim, poderemos no futuro viver tais situações. Óbvio que nós – os que sabemos destas coisas – não iremos participar de uma tal abominação, mas alguém o fará, milhões os farão, e com a certeza de estarem agindo corretamente.
E jamais aceitarão que aquilo está tudo errado, que nada tem a ver com o Santo Sacrifício da Missa, antes com a abominação desoladora de que falou o Profeta Daniel. Uns virão realmente para comer, outros virão pelo social. Os famintos de pão ficarão felizes por terem o que colocar na boca. Os chatos de sempre se sentirão bem, por causa do social, do desfile de roupas e modas, das fofocas e futilidades de tais encontros.

Servirá então para todos os que não acreditam mais na presença de Cristo na Santa Eucaristia, e servirá para todo este dilúvio de católicos desavisados, que não mais compreendem a imensa vastidão deste Sacrossanto Mistério. E quem quiser se alimentar – e ai de quem não se alimentar deste Corpo Santo – terá de procurar as novas catacumbas, onde alguns padres santos, escondidos, continuarão a celebrar validamente.

Porque se anuncia uma feroz perseguição aos adoradores da Eucaristia. Na semana que passou, uma senhora me telefonou escandalizada com um debate que teve, na saída da Igreja, onde apontou para as pessoas os erros cometidos pelo bispo durante aquela celebração, erros que contradizem aos últimos documentos do Santo Padre. Então, um “seminarista”, todo ufano e “repleto de sabedoria” interveio e lascou esta: por acaso você sabe que é uma canibal? Que é isso, menino, retrucou, ela! Sim – disse o jovem – todo mundo que come hóstia é canibal! O leitor, que ama a Eucaristia, escutou? Canibal!

Se agora, ainda, alguém me perguntar o que se ensina em alguns seminários deste país, eu perguntarei, se acaso, este seminário tem por reitor um demônio, ou por mestres os corruptores do inferno? Esta situação aconteceu no mesmo local onde ao final da Missa a ministra convidou o pessoal para ir ao terreiro do saravá, para prestar uma homenagem à consciência negra. Também ali, ecumenicamente, ensinam a abraçar o diabo, em nome da grande e falsa igreja da Nova Era, na realidade o sepulcro de satanás.

E se ensinam isso nos seminários, e se estes seminaristas são formados por padres que de forma blasfema, comparam o Sacrário com um freezer de guardar corpos mortos, e se de forma ainda mais blasfema, comparam o Corpo Santíssimo de Cristo com um boi morto, então não falta mais nada. Aí, não acharia que estava louca a mãe que, tendo enviado seu filho ao seminário, aos 19 anos – um jovem que rezava o rosário de joelhos todos os dias – recebeu de volta quatro anos depois – segundo ela – um demônio, cuja primeira tarefa do dia, era cuspir no Crucifixo. Ela deu este depoimento em um curso da Renovação Carismática, onde era palestrante. Este jovem passou dos anos nos EUA.

O grande problema então, está nas escolas de formação. Muitos padres jovens, saem dos seminários com a cabeça completamente confusa. Porque, ardilosamente, satanás conseguiu colocar nas casas de formação, formadores hereges, dignos do trono de Lúcifer, jamais de uma cadeira de ensino religioso católico, gente que, ao invés de ensinar a boa Doutrina do Catecismo da Igreja, ensina pela cartilha de Belzebu.

Como já disse em outros textos, eu não me conformo que os formadores de padres, nos tais cursos de teologia, ao invés de ensinarem os futuros padres a amar a Deus sobre todas as coisas, os ensinam e voltam a ensinar as heresias, novas e antigas. Eles fazem ressuscitar as elucubrações dos hereges, já sepultados pelo urro do inferno – coisas que a Santa Igreja Católica já condenou e fez sepultar com pá de esterco – e mandam que eles estudem de novo as blasfêmias, que o diabo ensinava antigamente para destruir a Igreja.

Então, ao invés de nunca mais sequer falarem, nem naqueles hereges nem em seus erros, voltam a trazer a tona seus vômitos, para confundir a cabeça dos pobres e futuros padres. E ao trazerem de volta tais antigos vômitos de satã, acabam alimentando novas e seguidas heresias, que turbilhonam sempre mais a cabeça dos novos padres. Com tais atos, destroem a doutrina do purgatório e do inferno, derrubam os dogmas mais sagrados da nossa fé, e mudam passagens das Escrituras, explicando-as pela língua dos hereges.

E ninguém mais toma medida para corrigir isso na raiz, na verdadeira raiz que é a primeira Catequese, a da Eucaristia. Sim, desde o berço, pelos pais que nada mais conhecem sobre as verdades da nossa fé, nem sobre os 10 mandamentos da Lei de Deus e os 05 da santa da Igreja, nem sobre 07 os Sacramentos, nem sobre as 07 Virtudes que devem ser cultivadas desde a mais tenra infância, e também sobre os 07 vícios capitais e pecados graves, que devem ser combatidos com toda tenacidade. Aí começa a raiz primária, a geratriz de todos os males da Santa Igreja, já não tão santa.

Seguindo, na catequese para a primeira Eucaristia, já não mais aos seis anos quando a criança ainda pertence a Deus de corpo e alma, mas sim cada vez mais tarde para que sua alminha já seja uma pequena lixeira de torpezas, a criança cai nas mãos de algumas catequistas, que embora desprendidas e esforçadas, na realidade sabem menos da Cruz que o diabo. E este engana a todos, fazendo-os crer que não existe nem Cruz nem pecado.

Na verdade, mesmo, são poucas as paróquias e capelas, que ainda têm as antigas e boas catequistas, aquelas do antigo Meu Pequeno Catecismo, que ensinavam Jesus, não ecologia. Que ensinavam Maria e não moral e cívica. Que ensinavam Eucaristia, e não cesta básica e fome zero. Que ensinam a ganhar o Céu não o mundo, e ensinam que quem ganhar apenas este mundo, pode ganhar de quebra o inferno.

Que chegam nos seminários, senão uma maioria de pequenas lixeiras? Jovens que não sabem, nem querem mais saber de rezar. Jovens que foram sempre mal ensinados desde pequenos e que não aprenderam sequer a mais singela das lições, o amar a Deus sobre tudo e sobre todas as coisas, como amarão eles a Sagrada Eucaristia, se para muitos deles, a Santa Missa é um suplício tremendo? Esbaldam-se então, junto com seus maus formadores, e fazem coro com eles, e gritam seu canto de morte a Jesus Eucarístico. E se caem os sacrários em seus corações, como não os derrubarão nas igrejas e capelas?

Aprendem ali – nos maus seminários – todas as heresias, todas as teologias mundanas, menos o sagrado princípio da amar a Deus e conduzir almas a Ele. Aprendem todas as formas de seguir ao mundo, menos as santas normas da obediência ao Santo Padre, e a seguir com fidelidade aos documentos da Igreja. Aprendem todas as catequeses dos antigos hereges, menos a seguir com fidelidade ao Catecismo da nossa sã Doutrina. Aprendem todas formas de ganhar o mundo, menos os caminhos que levam ao Eterno.

Enfim, por uma via satânica de falso ecumenismo, não têm pejo em se banquetear com espíritas e macumbeiros, também com outras religiões – acaso não conhecem as Escrituras quando afirmam que os deuses de outras religiões são demônios? Claro, não isso não aprendem! – como se houvesse espaço nas almas para acolher a Deus e ao diabo ao mesmo tempo. Das almas haverá um só senhor e a briga é por elas. Quando o banquete mundano desta ceia maldita enche apenas estômagos, mantém as almas vazias de Deus e prepara os corações para o futuro trono de Lúcifer. É isso que se aprende, ou se deixa de aprender em muitos seminários de hoje. Mas qual o bispo que toma atenção quanto a isso, e realmente emplaca um Reitor santo nestas casas de formação?

Enquanto isso, os sacerdotes, que deveriam estar eles à frente de toda a catequese, como prioridade absoluta, quem sabe como função única de seu ministério santo, acabam embarafustados em mil pastorais vãs, que não servem para outra coisa, que não seja tumultuar a vida da Igreja e prejudicar o essencial. Também são envolvidos em questões de finanças, com burocracia e com papéis, coisas que deveriam ser exclusivas de leigos. Então não sobra tempo para gravitar em torno do Sacrário, diante do Santíssimo – como O amarão? – campo imantado, do qual devem receber e beber com avidez todo o influxo da Divina Graça, envolvendo-se com cestas básicas nas periferias. Também não sobra mais tempo para o confessionário, justo o local onde santificam outros, e se fazem santos.

Enquanto isso as almas que Deus lhes confiou gritam com fome de espírito, e quantas assim morrem, famélicas e ressequidas, pois suas paróquias se tornaram em desertos escaldantes, do qual se retirou toda a água da Vida, do qual se expulsou o Pão da Vida Eterna. Aí, não será por coincidência que no lugar do Sacrário – como na visão acima – se coloque, este bem no centro da capela, um grande forno para manter iguarias quentes, porque lhes interessa apenas a ceia de convivas terrenos, jamais o banquete Eterno. O pão dos homens, para a morte em vida. Não mais o Pão dos Céus, para a Vida em Deus.

Há sim, um tenebroso objetivo em movimento, e dele se anunciam já os primeiros e satânicos vestígios. Quando os sacrários são retirados do centro das igrejas, e postos nos lados, nos fundos, nos cantos escondidos, e cada vez mais escondidos e nos cantos, já se prepara um lugar para o grande forno de manutenção de comes e bebes. Um freezer então, para a bebida gelada, quem sabe o vinho da farra, complementará a ceia maldita. E se confraternizarão ali, entre gritinhos e chiliques, tais infelizes convivas do banquete infernal. E Daniel verá cumprido seu veredicto de 2500 anos: abominação da desolação!

De fato, quando das Igrejas se retiram os genuflexórios e se proíbe ajoelhar-se diante do Rei do Universo ali presente, e Vivo, e Real, abre-se nos corações um rasgo em largo talho, para dar caminho de entrada ao anjo negro. Quando se coloca brita grossa neste espaço, para evitar com fúria, que alguém se curve diante do Deus Altíssimo, preservam-se joelhos para o dia da Justiça, que vem a passos rápidos.

E enquanto este espaço de brita se reserva para os últimos convivas, nas laterais de turistas, já dançam os demônios, e no palco, sem altar, a morte ronda, e na falsa missa sem consagração, ergue-se altíssono e ufano o grito de satã: morte a Deus! Fim da Eucaristia! Ó sim, prepara-se uma ceia infernal para substituir o Santo Sacrifício da Cruz, da Nova e da Eterna Aliança de Deus com os homens. Ai dos homens quando quebrarem esta aliança, ai dos que levaram a Igreja a este estado de coisas. Consultem os profetas antigos sobre o que acontecerá com os violadores da aliança.

Porque Daniel o previu que, num dia mui longínquo – hoje, passados 2.500 anos – viria um devastador. E tropas sob sua ordem virão profanar o santuário, a fortaleza; farão cessar o holocausto perpétuo e instalarão a abominação do devastador. Submeterá com suas lisonjas aos violadores da aliança, mas a multidão dos que conhecem a seu Deus se manterá firme e resistirá (11, 31-32). Eis aqui um apelo à constância dos santos que ainda seguem a Deus. Virá sim um devastador – já veio – que violará a eterna aliança – já está violando – porque com frases e palavras cheias de engano, ludibriou – já enganou redondamente – a padres e leigos, filósofos e doutores, mas eles não vencerão porque um povo fiel e atento, se manterá firme e resistirá.

A Santa Missa é este Holocausto Perpétuo, que se renova do nascer ao por do sol, nos diferentes fusos horários da terra, e que é celebrada milhares de vezes ao dia. Quando isso deixar de acontecer, quando este pacto, esta aliança com Deus for quebrada pelo homem, então se rasgará o tênue véu que hoje proíbe aos demônios de adentrarem em massa na terra. Eles já pairam sobre nossas cabeças, já perto, e já vem. A Missa os detém – por hora – mas este escudo invisível cessará, quando cessar a celebração do Sacrifício da Aliança. Já ouço o ruído sibilante, deste véu que se rompe, de alto baixo...

E ouço, também, o grito dos convivas, em sua orgia, em sua ceia maldita. Um súbito gargalhar de mil demônios os fará perceber a imensidão do desatino, já tarde para tantos, já noite para alguns, já eternidade de suplicio para os que inventaram esta malsinada ceia. Porque então a graça cessará, e virá, enfim, o grande Dia do Senhor. Dia de trevas e de nuvens espessas, para exterminar os pecadores da terra, e os violadores da aliança. Rezemos pelos padres, pelos seminaristas, pelos bispos. Eles precisarão muito! Nós também!
Aarão

MONGES, VIDAS VAZIAS E BELEZA- Timothy Radcliffe, op

“O que esperamos encontrar nos mosteiros é mais do que se pode dizer. As nossas palavras não alcançam a glória de Deus”. Numa palestra feita recentemente ao Congresso de Abades da Ordem Beneditina, da qual este texto foi tirado, o Mestre Geral dos dominicanos, Timothy Radcliffe, explora o vazio da vida monástica e sugere que é precisamente essa aparente falta de propósito em termos profanos, o que permite a essas comunidades tornarem-se “tronos da glória de Deus”.

As abadias beneditinas têm sido como oásis na peregrinação da minha vida, lugares onde me tem sido possível descansar e refrescar-me antes de continuar o caminho. Em toda a parte por onde tenho passado, tenho encontrado multidões de pessoas em visita a mosteiros. Porque é que lá se encontram? Alguns, sem dúvida, são turistas que vêm passar uma tarde talvez à espera de ver um monge, como se fosse um macaco num zoo. Se calhar estão à espera de encontrar avisos a dizer: “É proibido dar comida aos monges”. Outros vêm por causa da beleza dos edifícios ou da liturgia. Muitos, esperando algum encontro com Deus. Fala-se muito de “secularização” mas vivemos num tempo marcado por uma profunda busca religiosa. Há uma fome de transcendente. As pessoas procuram-no nas religiões Orientais, nas seitas da “new age”, no exótico e no esotérico. Muitas vezes suspeita-se da Igreja e de toda a religião institucional, com excepção, talvez, para o caso dos mosteiros.

Porque é que as pessoas são tão atraídas por mosteiros? A minha ideia é que os vossos mosteiros revelam Deus não por causa do que fazeis ou dizeis, mas talvez porque a vida monástica tem no seu centro um espaço, um vazio, no qual Deus se pode mostrar. O meu propósito é sugerir que a Regra de São Bento oferece uma espécie de centro vazio para as vossas vidas, no qual Deus pode viver e ser apercebido.


O trono de Deus

A glória de Deus mostra-se sempre num espaço vazio. Quando os Israelitas saíram do deserto, Deus veio com eles sentado no espaço entre as asas dos querubins, por cima do trono de misericórdia. O trono da glória era esse vazio. Era só um espaço pequeno, a largura de um palmo. Deus não precisa de muito espaço para mostrar a sua glória. No Aventino, a menos de duzentos metros daqui, está a Basílica de Sta. Sabina, em cuja porta se encontra a primeira representação da cruz de que se tem conhecimento. Aqui vemos um trono de glória que é também um vazio, uma ausência, como quando um homem morre a chamar pelo Deus que parece tê-lo abandonado. O mais autêntico trono de glória é um túmulo vazio, onde não está o corpo.

A minha esperança é que os mosteiros beneditinos continuem a ser lugares nos quais a glória de Deus brilha, tronos para o mistério. E isto, pelo que vós não sois, pelo que vós não fazeis.


Sem objectivo concreto

Vou propor-vos três aspectos da vida monástica que criam este vazio e abrem um espaço para Deus: em primeiro lugar, as vossas vidas não têm qualquer objectivo concreto; em segundo lugar, não levam a parte nenhuma, e, finalmente, porque são vidas de humildade. Cada um destes aspectos da vida monástica abre-nos um espaço para Deus. E quero sugerir que em cada caso é a celebração da liturgia que dá sentido a este vazio. É o canto do Ofício várias vezes ao dia que mostra que este vazio é preenchido com a glória de Deus.

O facto mais óbvio na vida dos monges, é que não fazem nada de especial. Cultivais a terra, mas não sois lavradores. Ensinais, mas não sois professores. Podeis mesmo dirigir hospitais, ou centros de missão, mas não sois em primeiro lugar nem médicos nem missionários. Sois monges que seguem a Regra de S. Bento. Não fazeis nada de especial. Os monges são geralmente pessoas muito activas, mas a acção não é o objectivo e o propósito das vossas vidas. O Cardeal Hume uma vez escreveu que “não nos vemos como tendo qualquer missão particular ou função na Igreja. Não pretendemos mudar o curso da história. Acontece que, do ponto de vista humano, estamos aqui quase por acaso. E é apenas isso que, felizmente, continuamos a fazer”1. É esta ausência de finalidade explícita que revela Deus como a finalidade secreta, oculta das vossas vidas. Deus é revelado como o centro invisível das nossas vidas quando não tentamos dar qualquer outra justificação para o que somos. O essencial da vida cristã é, justamente, estar em Deus. Jesus diz aos discípulos: “Permanecei no meu amor” (Jo. 15:10). Os monges são chamados a permanecer no seu amor.


Competição

O nosso mundo é um mercado. Todos a chamar a atenção, e a tentar convencer os outros de que o que vendem é necessário para se ter uma vida boa. Somos informados a toda a hora do que precisamos para sermos felizes: um micro-ondas, um computador, umas férias nas Caraíbas, o último sabonete. E é tentador para a religião vir também para o mercado apregoar com os outros concorrentes: “Precisais da religião para serdes felizes, bem sucedidos e até mesmo para serdes ricos!” Uma das razões para a explosão das seitas na América Latina é que elas prometem riqueza. E é assim que o Cristianismo lá está a apregoar que é importante para a vossa vida. Yoga esta semana, aromaterapia na próxima. Conseguiremos nós persuadi-los a darem uma oportunidade ao Cristianismo?

Precisamos de cristãos no meio da massa, a gritar com os demais em plena azáfama do mercado, tentando chamar a atenção. Mas os mosteiros encarnam uma verdade mais profunda. Fundamentalmente, prestamos culto a Deus não por ele ser relevante para nós, mas simplesmente porque ele é. A voz da sarça ardente proclamou: “Eu sou aquele que sou”. O que importa não é que Deus seja relevante para nós, mas que em Deus encontramos a revelação de toda a relevância, a estrela polar das nossas vidas. Penso que este era o segredo da autoridade única do Cardeal Hume. Ele não tentou pôr à venda a religião e mostrar que o Catolicismo é o ingrediente secreto da vida de sucesso. Ele era simplesmente um monge que rezava. Lá no fundo as pessoas sabem que um Deus que tem necessidade de demonstrar que é útil não é digno de ser adorado. Um Deus que tem que ter relevância não é Deus. A vida do monge testemunha a irrelevância de Deus, pois tudo o mais só é relevante em relação a Ele. As vidas dos monges testemunham isso mesmo, pela ausência de qualquer actividade particular, excepto permanecer com Deus. No centro das vossas vidas existe um vazio, como o espaço entre as asas dos querubins. Lá, podemos ter um vislumbre da glória de Deus.


A beleza do louvor

Como é que as pessoas que afluem aos mosteiros, vêem os monges, e ficam para as Vésperas, podem descobrir que este vazio é uma revelação de Deus? Suspeito que é pelo canto.

Quando ainda miúdo, na Abadia de Downside, devo confessar que não era muito religioso. Fumava atrás das salas de aula, e escapava-me de noite para os pubs. Se alguma coisa me conservou ligado à fé, foi a beleza que eu ali encontrei: a beleza do Ofício cantado, a luminosidade das horas da madrugada na Abadia, o esplendor do silêncio. Foi a beleza que não me deixou partir.

Não se podem discutir as intimações da beleza ou ignorá-la. E esta é, provavelmente, a forma mais clamorosa da autoridade de Deus, neste tempo em que a arte se tornou uma forma de religião. Podem ser poucas as pessoas que vão à Igreja ao Domingo, mas há milhões que vão a concertos, galerias de arte e museus. Na beleza podemos vislumbrar a glória da sabedoria de Deus que dançava quando criou o mundo, “mais bela do que o sol” (Sab. 7). De acordo com a Septuaginta, quando Deus criou o mundo viu que era kala, belo. A bondade convoca-nos sob a forma de beleza. Quando as pessoas ouvem a beleza do canto, então podem, na verdade, adivinhar porque é que os monges ali estão e qual é o centro secreto das suas vidas, o louvor da glória. Era típico de D. Basil Hume, que quando falava dos mais profundos desejos do seu coração, falava em termos de beleza: “que admirável experiência poder conhecer qual seria, no meio das coisas mais belas, a mais bela de todas elas. Seria a mais alta de todas as experiências de alegria, e total realização. À mais bela de todas as coisas eu chamo Deus”2.

E se a beleza é verdadeiramente a revelação do bom e do verdadeiro como acreditava S. Tomás de Aquino, então, talvez faça parte da vocação da Igreja ser o lugar da revelação da verdadeira beleza. Muita da música moderna, mesmo na Igreja, é tão trivial que se torna numa paródia de beleza. É kitsch, e tem sido descrita como “pornografia da insignificância” 3. Talvez isto aconteça porque caímos na armadilha de ver a beleza em termos utilitários, útil como entretenimento, em vez de descobrirmos que o que é verdadeiramente belo revela o bem.

Acredito que o caminho da vida monástica é em si mesmo muito belo. Ao ler a Regra fiquei fascinado ao descobrir que logo no princípio ela diz que, “é chamada Regra porque regula as vidas dos que lhe obedecem”. A regula regula. Mas talvez regula sugira não tanto controlo como medida, ritmo, vidas que têm um contorno e uma forma. É assim, talvez, como na disciplina da música. Sto. Agostinho pensava que viver virtuosamente era viver musicalmente, estar em harmonia. Amar o próximo era, dizia ele, “viver em atmosfera musical”4. A graça é graciosa e a vida graciosa é bela.

Assim, mais uma vez, é o canto da liturgia que revela o sentido das nossas vidas. São Tomás disse que a beleza na música está essencialmente ligada à temperantia. Nunca nada deveria ser em excesso. A música deve guardar o compasso certo, nem demasiado depressa, nem demasiado lento, guardando a medida certa. E Tomás pensava que a vida em temperança nos mantinha jovens e belos. Mas o que a Regra parece oferecer é especialmente uma vida com medida, sem nada em excesso, embora eu não saiba se os monges ficam mais jovens e mais belos do que qualquer outra pessoa!

Ao ouvir cantar os monges, entrevemos a música que é a vossa vida, seguindo o ritmo e o compasso da melodia da Regra de São Bento. A glória de Deus está sentada no trono dos louvores de Israel!

Sem objectivo

As vidas dos monges dão que pensar aos de fora não apenas porque eles não fazem nada de particular, mas também porque as suas vidas não buscam nenhum objectivo. Como todos os membros de ordens religiosas, o que dá forma e sentido à vossa vida não é a busca de promoção. Somos simplesmente irmãos e irmãs, frades, monges e monjas. Não podemos nunca aspirar a ser mais. Um soldado ou académico de sucesso sobe na vida através de promoções. A sua vida tem valor porque ele é promovido a professor ou general. Mas não é assim connosco. A única escada de promoção na Regra de São Bento é a da humildade. Tenho a certeza de que há monges, como frades, que por vezes alimentam secretos desejos de promoção, e sonham com a glória de serem celereiros ou mesmo abades! Tenho a certeza de que há muito monge a olhar-se ao espelho, a imaginar-se com uma cruz peitoral ou mesmo com uma mitra, e a esboçar uma benção dada à sucapa .... Mas todos sabemos que o contorno das nossas vidas é realmente dado não pela promoção mas pela caminhada em direcção ao Reino. A Regra é dada, diz São Bento, para vos apressar em direcção à nossa morada celeste. Uma pessoa torna-se monge ou frade, e de nada mais precisa para sempre.


Ritmo litúrgico

Temos que viver o ritmo do ano litúrgico como o mais profundo ritmo das nossas vidas. A liturgia monástica serve para nos lembrar que vamos para o Reino. É fácil dizer que o religioso vive para a vinda do Reino, mas na realidade muitas vezes não o fazemos. O ano litúrgico esboça o caminho real para a liberdade, mas nem sempre o tomamos. De acordo com São Tomás, a formação, especialmente a formação moral, é sempre formação na liberdade. Mas a entrada na liberdade é lenta e dolorosa, e há-de incluir erros, escolhas erradas, e pecado. Deus faz-nos passar do Egipto para a liberdade do deserto, mas ficamos com medo, tornamo-nos escravos de bezerros de oiro, ou tentamos escapar de novo para o Egipto. O verdadeiro drama do dia a dia da vida do monge é este: não a questão de ser ou não promovido subindo de cargo, mas a iniciação na liberdade, com frequentes recaídas na imaturidade e na escravidão. Como é que podemos entender a nossa lenta ascensão na liberdade de Deus, e as frequentes recaídas na escravidão? Mais uma vez, talvez seja na música que possamos encontrar a chave.


Música e drama

Santo Agostinho escreveu que a história da humanidade é como uma composição musical onde há lugar para todas as dissonâncias e desarmonias da falha humana, mas que finalmente conduz a uma resolução harmónica, em que cada coisa tem o seu lugar. No seu maravilhoso tratado De Musica, escreveu que “a dissonância pode ser redimida sem ser suprimida”5

A história da redenção é como uma grande sinfonia que abarca todos os nossos erros, as nossas notas falsas, e na qual a beleza finalmente triunfa. A vitória não é que Deus apague as nossas notas falsas, ou finja que nunca aconteceram. Ele encontra um lugar para elas na composição musical que as redime. Isto acontece principalmente na Eucaristia. Nas palavras de Catherine Pickstock, “a mais alta música no mundo decaído, a música redentora... não é outra senão o sacrifício repetido do próprio Cristo que é a música da para-sempre-repetida Eucaristia”6.

A Eucaristia é a repetição do climax no drama da nossa libertação. Cristo dá-nos livremente o seu corpo, mas os discípulos rejeitam-no, negam-no, fogem dele, pretendem que o não conhecem. É esta a música da nossa relação com Deus – nela encontramos as mais profundas desarmonias. Mas na Eucaristia elas são assumidas, abraçadas, e transfiguradas em beleza num gesto de amor e dom. Nesta música eucarística somos inteiramente restaurados e encontramos harmonia. É uma solução harmónica que não ignora a nossa rejeição do amor e da liberdade, pretendendo que ela nunca aconteceu, mas transformando-a em passos no caminho. Nas nossas celebrações ousamos lembrar os apóstolos nas suas fraquezas.

Assim, o significado da vida do monge é que ele vai em direcção do Reino. A nossa história é a história da humanidade na sua caminhada para o Reino. É isto que tornamos vivo no ciclo anual do ano litúrgico, da Criação ao Reino. Mas o drama diário da vida do monge é mais complexo, com as nossas lutas e falhas para nos tornarmos livres.


A humildade

Finalmente, chegamos ao que é mais fundamental na vida monástica, o que é mais belo e difícil de descrever: a humildade. É também o menos aparente às pessoas que vêm visitar os vossos mosteiros, e no entanto, é a base de tudo. É, diz o Cardeal Hume, “uma coisa muito bela de se ver, mas a tentativa de nos tornarmos humildes é na verdade penosa”7. É a humildade que cria um espaço vazio para Deus no qual Ele pode habitar e a sua glória ser visitada. É, em última análise, a humildade que faz das nossas comunidades o trono de Deus. É difícil para nós hoje encontrar palavras para falar de humildade. A nossa sociedade quase parece convidar-nos a cultivar o oposto - uma afirmatividade, uma auto-confiança impertinente.

Como vamos construir comunidades que sejam sinais vivos da beleza da humildade? Como podemos mostrar os profundos atractivos da humildade num mundo onde reina a agressividade? Só vós podeis dar a resposta. Bento foi mestre em humildade, e eu não tenho a certeza de que ela tenha sido sempre a virtude mais óbvia de todos os Dominicanos! Mas gostaria de partilhar um pensamento breve. Quando pensamos em humildade, talvez a vejamos como uma coisa intensamente pessoal e privada: eu olhando para mim e vendo-me sem valor, a examinar a minha própria interioridade, contemplando as minhas desprezíveis qualidades. Isto é, no mínimo, uma perspectiva deprimente.

Talvez Bento nos convide a fazer qualquer coisa de muito mais libertador, que consiste em construir comunidade em que somos livres de rivalidade, competição e luta pelo poder - uma nova espécie de comunidade estruturada na mútua deferência, na obediência mútua. É uma comunidade em que ninguém ocupa o centro, mas o centro é o espaço vago, o vazio que é preenchido com a glória de Deus. Isto implica um profundo desafio à imagem moderna do eu como eu solitário, absorvido em si mesmo, o centro do mundo, o eixo à volta do qual tudo gira. No coração da sua identidade está a consciência de si mesmo: “Penso, logo existo”.


Abrir mão

A vida monástica convida-nos a largar o centro e a entrar na atracção gravitacional da graça. Convida-nos a sermos descentrados. Mais uma vez, encontramos Deus revelado no vazio, numa ausência, e desta vez no próprio centro da comunidade, o espaço vago reservado a Deus. Temos que fazer um lar para a Palavra vir e habitar entre nós, um espaço para Deus estar. Enquanto estivermos em competição pelo centro, não haverá espaço para Deus. Portanto, a humildade não é eu desprezar-me a mim próprio e pensar que sou horrível. É escavar o coração da comunidade para criar nele um espaço onde a Palavra possa armar a sua tenda.

Uma vez mais, eu penso que é na liturgia que podemos encontrar manifestada esta beleza. É ao vermos os monges a cantar o louvor de Deus, que então podemos vislumbrar a liberdade e a beleza da humildade.


A beleza do vazio

O cume da humildade é descobrir não só que não se é o centro do mundo, mas que nem mesmo se é o centro de si mesmo. O vazio não existe só no centro da comunidade onde Deus habita, mas existe também no centro do meu ser. Sou uma criatura a quem Deus dá existência a cada momento. Deus dá a Adão o seu sopro e sustenta-o no ser. No coração do meu ser não estou só. Deus está lá dando-me a existência a cada momento com o seu sopro. No centro de mim não está o eu solitário, o ego Cartesiano, mas um espaço que é preenchido por Deus. Talvez seja esta a suprema vocação do monge; mostrar a beleza desse vazio, ser, individual e comunitariamente, templo para que nele habite a glória de Deus. No coração da vida monástica está a humildade. Não a humildade acabrunhante, depressiva, dos que têm ódio a si mesmos, mas a humildade dos que se reconhecem criaturas, cuja existência é um dom. E por isso é coisa certíssima que no centro da sua vida haja canto, porque é neste canto que se manifesta o acto criador de Deus. Cantamos essa Palavra de Deus, pela qual tudo é feito. Aqui sente-se uma beleza que é mais do que apenas o agradável. É a beleza que celebra o irromper da criação.

O que esperamos perceber nos mosteiros é mais do que podemos dizer. A glória de Deus escapa às nossas palavras. O mistério destrói as nossas pequenas ideologias. Como São Tomás de Aquino, vemos que tudo o que possamos dizer é apenas palha. Quer isso dizer que só resta ficar calados? Não, porque os mosteiros não são só lugares de silêncio mas de canto. Temos que encontrar maneiras de cantar, no limite da linguagem, na fronteira do sentido. É isto que Santo Agostinho chama o canto de júbilo, e é o canto deste ano jubilar.

Perguntas o que é cantar com júbilo? É estar consciente de que as palavras não chegam para exprimir o que vamos cantando nos nossos corações. Nas colheitas, nas vindimas, em qualquer momento que os homens tenham de trabalhar no duro, começam com canções cujas palavras exprimem a sua alegria. Mas quando a alegria transborda e as palavras não chegam, deixam mesmo essa coerência e entregam-se inteiramente ao puro prazer do canto. Que júbilo é este, este cântico de exultação? É a melodia que diz que os nossos corações trasbordam com sentimentos que as palavras não podem exprimir. E a quem, de direito, pertence este júbilo? Seguramente a Deus que é inefável.8

1. In Praise of Benedict. Ampleforth, 1996, p. 23.
2. To be a Pilgrim. Slough, 1984, p. 39.
3. George Steiner – Real Presences, London, 1989, p. 145.
4. De musica. VI. Xiv 46.
5. Catherine Pickstock – Music: Soul, and city and cosmos after Augustine, in Radical Orthodoxy, ed. John Millbank et al., London, 1999, p. 276, nota de rodapé 131.
6. Ibid., p.265.
7. To be a Pilgrim, p. 67.
8. Sobre o Salmo 32; Sermão 1.8.

*Mensagem de Maria Santíssima*

“–Filhos caríssimos,
" Eu sou a mãe de Deus A Imaculada Conceição... A Senhora Das Dores... Da Graça e da Paz. O Meu Coração Imaculado quer dar a Paz ao mundo, mas, não pode fezê-lo porque o mundo não quer se converter... Porque o mundo não quer obedecer as Minhas Mensagens... não quer fazer aquilo que Eu digo...
Sem obedecerdes as Minhas Mensagens não posso dar a Paz ao mundo... não posso salvar o mundo dos castigos que já têm acontecido e que haverão de se intensificar ainda mais até vir o ultimo... aquele que purificará o mundo com o fogo durante três dias e três noites de escuridão...
O Meu Coração Imaculado é todo dor e está afogado num mar de dores porque o mundo não quer obedecer as Minhas Mensagens... não quer ouvir os Meus apelos... não quer saber dos Meus avisos para nada... Eu percorri os países do mundo inteiro e comuniquei as Minhas Mensagens por meio dos Meus videntes espalhados pelo mundo todo, mas a humanidade pouco fez com as Minhas Mensagens... pouco fez com as Minhas Aparições... pouco fez com as Minhas Lágrimas até de sangue...
Os homens permanecem na mais desumana e cruel incredulidade... não pensam no dia da sua morte... não pensam que um dia terão de sair deste mundo e dar contas a Deus de toda a sua vida.

FRASE PARA HISTÓRIA

“ O melhor espelho é um velho amigo.”

( George Hebert)

Ato de Contrição

Meu bom Jesus! De todo o coração vos amo e vos peço perdão dos meus pecados. Mereci ser castigado(a) porque vos desobedeci e vos fiz sofrer na cruz, Sinto muito ter sido tão ingrato(a). Prometo emendar-se e não mais pecar. Tende pena de mim e ajudai-me.
Amém.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mensagem de Nossa Senhora para a vidente Mirjana em 2 de março de 2011

Queridos
filhos ! Meu Coração Maternal sofre tremendamente quando olho para Meus
filhos que persistentemente colocam aquilo que é humano antes do que é
de DEUS, para meus filhos que, apesar de tudo o que os rodeia e apesar
de todos os sinais que são enviados a eles, pensam que podem caminhar
sem o MEU FILHO. Eles não podem ! Eles estão caminhando para a Perdição
Eterna. É por isto que Eu estou reunindo vocês, que estão prontos a
abrir os seus corações a Mim, a vocês que estão prontos a serem
apóstolos do Meu Amor, a Me ajudarem; de modo que vivendo o Amor de DEUS
vocês possam ser um exemplo para aqueles que não O conhecem. Possam o
jejum e a oração dar a vocês força e Eu os abençôo com a Minha Benção
Materna em Nome do PAI, e do FILHO e do ESPÍRITO SANTO. Obrigada

Irmãos estamos orando por Vocês!

A Oração
intercessória tem grande eficácia diante de Deus.Todas as Sextas feiras
as 18.00 horas estamos intercedendo por você e entregando as suas
necessidades no coração de Jesus!Deus quer realizar Maravilhas,Prodígios
e Milagres em nosso meio!Se Você tem um pedido de oração mande para nós
em depoimento e estaremos intercedendo por você
Que Deus abençõe você e Nossa Senhora te cubra com o seu manto!

FRASES EXPRESSIVAS E ORAÇÕES

"Até então eu estava muito contente,
Porque é para mim um grandíssimo consolo
ver uma Igreja mais onde esteja o Santíssimo Sacramento"
(Santa Teresa de Jesus, Doutora da Igreja)

A VIDA MONÁSTICA

Nos primeiros séculos do cristianismo, os monges afastavam-se das cidades para buscar, na solidão do deserto e numa vida de despojamento, o clima propício para o encontro com Deus. Embora seja um modo de vida especial, a vocação monástica sempre se conservou atuante na Igreja. O monge não foge do mundo, mas dele se afasta; renuncia a si, desejosos de seguir o Cristo no “ deserto espiritual”, lugar de conversão e de profundo encontro com o Senhor.
Assim, colocando-se à certa distância da sociedade, o monge se entrega totalmente ao Cristo e assume uma disciplina calcada pela sabedoria de uma milenar tradição espiritual que lhe é transmitida por um mestre e uma comunidade.
Buscando a Deus, o monge se dispôe a um contínuo e entusiasmado processo de conversão no dia-a-dia de sua vida comunitária. A comunidade torna-se a “ Escola do Serviço do senhor”, sob a direção de um pai, o Abade, e pela Regra, que orienta a vida dos mosteiros. À oração e ao silêncio interior, expresso na vida cotidiana do monge, une-se, naturalmente, o trabalho manual e intelectual, realizado por todos, em espírito de amor ao Senhor e de serviço aos homens.
A vida do monge é toda alicerçada na fé, experimentando constantemente a morte e ressurreição de Cristo, com tudo o que isso implica: despojamento, humildade, paz, serviço, alegria, liberdade. Dentro do mosteiro o monge permanece aberto às necessidades dos cristâos e ao acolhimento que, junto à oração e o trabalho, formam os carismas fundamentais da vida beneditina. É livre para encontrar e amar a todos, e quer ser, segundo a vontade de Deus, um instrumento do seu Reino.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Aqueles que Confiam no Senhor…

Renovarão suas Forças, Receberão asas como Águias, Voarão e correrão sem se cansar …(Isaías 40,31)



A águia é a ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a viver setenta anos.
Mas
para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria
e difícil decisão. Aos quarenta ela está com as unhas compridas e
flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O
bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as
asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é
tão difícil!
Então
a águia só tem duas alternativas: Morrer, ou enfrentar um doloroso
processo de renovação que irá durar cento e cinquenta dias.
Esse
processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em
um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após
encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede
até conseguir arrancá-lo.
Após
arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar
suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar
as velhas penas. E só cinco meses depois sai o formoso voo de renovação
e para viver então mais trinta anos.
Em
nossa vida, muitas vezes, passamos por um processo de renovação. Para
que continuemos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de
lembranças, costumes, velhos hábitos que nos causam dor.
Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que a renovação nos traz.

HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II NA CERIMÓNIA DE CANONIZAÇÃO DE EDITH STEIN 11 de Outubro de 1998

1. Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (cf.Gl 6, 14).

As palavras de São Paulo aos Gálatas, que acabámos de escutar, adaptam-se bem à experiência humana e espiritual de Teresa Benedita da Cruz, que hoje é solenemente inscrita no álbum dos santos. Também ela pode repetir com o Apóstolo: Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.

A cruz de Cristo! No seu constante florescimento, a árvore da Cruz dá sempre renovados frutos de salvação. Por isso, os fiéis olham com confiança para a Cruz, haurindo do seu mistério de amor a coragem e o vigor para caminhar com fidelidade nas pegadas de Cristo crucificado e ressuscitado. Assim, a mensagem da Cruz entrou no coração de muitos homens e mulheres, transformando a sua existência.

Um exemplo eloquente desta extraordinária renovação interior é a vicissitude espiritual de Edith Stein. Uma jovem em busca da verdade, graças ao trabalho silencioso da graça divina, tornou-se santa e mártir: é Teresa Benedita da Cruz, que hoje repete do céu a todos nós as palavras que caracterizaram a sua existência: «Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de Jesus Cristo».

2. No dia 1 de Maio de 1987, durante a minha visita pastoral na Alemanha, tive a alegria de proclamar Beata, na cidade de Colónia, esta generosa testemunha da fé. Hoje, a onze anos de distância aqui em Roma, na Praça de São Pedro, é-me dado apresentar solenemente esta eminente filha de Israel e filha fiel da Igreja como Santa perante o mundo inteiro.

Assim como nessa data, também hoje nos inclinamos diante da memória de Edith Stein, proclamando o testemunho invicto que ela deu durante a vida e sobretudo com a morte. Ao lado de Teresa de Ávila e de Teresa de Lisieux, esta outra Teresa vai colocar-se no meio da plêiade de santos e santas que honram a Ordem carmelitana.

Caríssimos Irmãos e Irmãs, que vos congregastes para esta solene celebração, dêmos glória a Deus pela obra que realizou em Edith Stein.

3. Saúdo os numerosos peregrinos vindos a Roma, com um particular pensamento para os membros da família Stein, que quiseram estar connosco nesta feliz circunstância. Uma cordial saudação dirige-se também à representação da Comunidade carmelitana, que se tornou a «segunda família» para Teresa Benedita de Cruz.

Depois, dou as minhas boas-vindas à delegação oficial da República Federal da Alemanha, chefiada pelo Chanceler Federal resignatário, Helmut Kohl, a quem saúdo com deferente cordialidade. Além disso, cumprimento os representantes das regiões de Nordrhein-Westfalen e Rheinland-Pfalz, bem como o Primeiro Presidente da Câmara Municipal de Colónia. Inclusivamente da minha Pátria veio uma delegação oficial, guiada pelo Primeiro-Ministro Jerzy Buzek.

Dirijo-lhe uma cordial saudação. Depois, quero reservar uma especial menção aos peregrinos das dioceses de Vratislávia, Colónia, Monastério, Espira, Cracóvia e Bielsko-Žywiec, presentes com os seus Bispos e sacerdotes. Eles unem-se ao numeroso grupo de fiéis vindos da Alemanha, dos Estados Unidos da América e da minha Pátria, a Polónia.

4. Dilectos Irmãos e Irmãs! Porque era judia, Edith Stein foi deportada juntamente com a irmã Rosa e muitos outros judeus dos Países Baixos para o campo de concentração de Auschwitz, onde com eles encontrou a morte nas câmaras de gás. Hoje recordamo-nos de todos com profundo respeito. Poucos dias antes da sua deportação, a quem lhe oferecia uma possibilidade de salvar a vida, a religiosa respondera: «Não o façais! Por que deveria eu ser excluída? A justiça não consiste acaso no facto de eu não obter vantagem do meu baptismo? Se não posso compartilhar a sorte dos meus irmãos e irmãs, num certo sentido a minha vida é destruída».

Doravante, ao celebrarmos a memória da nova Santa, não poderemos deixar de recordar todos os anos também o Shoah, aquele atroz plano de eliminação de um povo, que custou a vida a milhões de irmãos e irmãs judeus. O Senhor faça brilhar o seu rosto sobre eles, concedendo-lhes a paz (cf.Nm 6, 25s.).

Por amor de Deus e do homem, lanço de novo um premente brado: nunca mais se repita uma semelhante iniciativa criminosa para nenhum grupo étnico, povo e raça, em qualquer recanto da terra! É um brado que dirijo a todos os homens e mulheres de boa vontade; a todos aqueles que crêem no Deus eterno e justo; a todos aqueles que se sentem unidos em Cristo, Verbo de Deus encarnado. Aqui, todos nós devemos ser solidários: é a dignidade humana que está em jogo. Só existe uma única família humana. É isto que a nova Santa afirmou com grande insistência: «O nosso amor pelo próximo - escrevia - é a medida do nosso amor a Deus. Para os cristãos - e não só para eles - ninguém é "estrangeiro". O amor de Cristo não conhece fronteiras».

5. Estimados Irmãos e Irmãs! O amor de Cristo foi o fogo que ardeu a vida de Teresa Benedita da Cruz. Antes ainda de se dar conta, ela foi completamente arrebatada por ele. No início, o seu ideal foi a liberdade. Durante muito tempo, Edith Stein viveu a experiência da busca. A sua mente não se cansou de investigar e o seu coração de esperar. Percorreu o árduo caminho da filosofia com ardor apaixonado e no fim foi premiada: conquistou a verdade; antes, foi por ela conquistada. De facto, descobriu que a verdade tinha um nome: Jesus Cristo, e a partir daquele momento o Verbo encarnado foi tudo para ela. Olhando como Carmelita para este período da sua vida, escreveu a uma Beneditina: «Quem procura a verdade, consciente ou inconscientemente, procura a Deus».

Embora sua mãe a tenha educado na religião hebraica, aos 14 anos de idade Edith Stein, «consciente e propositadamente desacostumou-se da oração». Só queria contar consigo mesma, preocupada em afirmar a própria liberdade nas opções de vida. No fim do longo caminho, foi-lhe dado chegar a uma surpreendente conclusão: só quem se une ao amor de Cristo se torna verdadeiramente livre.

A experiência desta mulher, que enfrentou os desafios de um século atormentado como o nosso, é para nós exemplar: o mundo moderno ostenta a porta atraente do permissivismo, ignorando a porta estreita do discernimento e da renúncia. Dirijo-me especialmente a vós, jovens cristãos, em particular aos numerosos ministrantes reunidos em Roma nestes dias: evitai conceber a vossa vida como uma porta aberta a todas as opções! Escutai a voz do vosso coração! Não permaneçais na superfície, mas ide até ao fundo das coisas! E quando chegar o momento, tende a coragem de vos decidirdes! O Senhor espera que coloqueis a vossa liberdade nas suas mãos misericordiosas.

6. Santa Teresa Benedita da Cruz conseguiu compreender que o amor de Cristo e a liberdade do homem se entretecem, porque o amor e a verdade têm uma relação intrínseca. A busca da verdade e a sua tradução no amor não lhe pareciam ser contrastantes entre si; pelo contrário, compreendeu que estas se interpelam reciprocamente. No nosso tempo, a verdade é com frequência interpretada como a opinião da maioria. Além disso, é difundida a convicção de que se deve usar a verdade também contra o amor, ou vice-versa. Todavia, a verdade e o amor têm necessidade uma do outro. A Irmã Teresa Benedita é testemunha disto. «Mártir por amor», ela deu a vida pelos seus amigos e no amor não se fez superar por ninguém. Ao mesmo tempo, procurou com todo o seu ser a verdade, da qual escrevia: «Nenhuma obra espiritual vem ao mundo sem grandes sofrimentos. Ela desafia sempre o homem inteiro». A Irmã Teresa Benedita da Cruz diz a todos nós: Não aceiteis como verdade nada que seja isento de amor. E não aceiteis como amor nada que seja isento de verdade!

7. Enfim, a nova Santa ensina-nos que o amor a Cristo passa através da dor. Quem ama verdadeiramente, não se detém diante da perspectiva do sofrimento: aceita a comunhão na dor com a pessoa amada. Consciente do que comportava a sua origem judaica, Edith Stein pronunciou palavras eloquentes a este respeito: «Debaixo da cruz, compreendi a sorte do povo de Deus... Efectivamente, hoje conheço muito melhor o que significa ser a esposa do Senhor no sinal da Cruz. Mas dado que se trata de um mistério, isto jamais poderá ser compreendido somente com a razão». Pouco a pouco, o mistério da Cruz impregnou toda a sua vida, até a impelir rumo à oferta suprema. Como esposa na Cruz, a Irmã Teresa Benedita não escreveu apenas páginas profundas sobre a «ciência da cruz», mas percorreu até ao fim o caminho da escola da Cruz. Muitos dos nossos contemporâneos quereriam fazer com que a Cruz se calasse. Mas nada é mais eloquente que a Cruz que se quer silenciar! A verdadeira mensagem da dor é uma lição de amor. O amor torna o sofrimento fecundo e este aprofunda aquele. Através da experiência da Cruz, Edith Stein pôde abrir um caminho rumo a um novo encontro com o Deus de Abraão, Isaac e Jacob, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. A fé e a cruz revelaram-se-lhe inseparáveis. Amadurecida na escola da Cruz, ela descobriu as raízes às quais estava ligada a árvore da própria vida. Compreendeu que lhe era muito importante «ser filha do povo eleito e pertencer a Cristo não só espiritualmente, mas inclusive mediante um vínculo sanguíneo».

8. «Deus é espírito e aqueles que O adoram devem adorá-Lo em espírito e verdade» (Jo 4, 24). Caríssimos Irmãos e Irmãs, com estas palavras o divino Mestre entretém-se com a Samaritana junto do poço de Jacob. Quanto Ele deu à sua ocasional mas atenta interlocutora, encontramo-lo presente também na vida de Edith Stein, na sua «subida ao Monte Carmelo ». A profundidade do mistério divino tornou-se-lhe perceptível no silêncio da contemplação. Ao longo da sua existência, enquanto amadurecia no conhecimento de Deus adorando-O em espírito e verdade, ela experimentava cada vez mais claramente a sua específica vocação de subir à cruz juntamente com Cristo, de abraçá-la com serenidade e confiança, de amá-la seguindo as pegadas do seu dilecto Esposo: hoje, Santa Teresa Benedita da Cruz é-nos indicada como modelo em que nos devemos inspirar e como protectora à qual havemos de recorrer. Dêmos graças a Deus por este dom. A nova Santa seja para nós um exemplo do nosso compromisso no serviço da liberdade e na nossa busca da verdade. O seu testemunho sirva para tornar cada vez mais sólida a ponte da recíproca compreensão entre judeus e cristãos. Santa Teresa Benedita da Cruz, ora por nós! Amém.