terça-feira, 15 de março de 2011

Maquiadores do crime

Maquiadores do crime
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 20 de setembro de 2010
Lenin dizia que, quando você tirou do adversário a vontade de lutar, já venceu a briga. Mas, nas modernas condições de “guerra assimétrica”, controlar a opinião pública tornou-se mais decisivo do que alcançar vitórias no campo militar. A regra leninista converte-se portanto automaticamente na técnica da “espiral do silêncio”: agora trata-se de extinguir, na alma do inimigo, não só sua disposição guerreira, mas até sua vontade de argumentar em defesa própria, seu mero impulso de dizer umas tímidas palavrinhas contra o agressor.
O modo de alcançar esse objetivo é trabalhoso e caro, mas simples em essência: trata-se de atacar a honra do infeliz desde tantos lados, por tantos meios de comunicação diversos e com tamanha variedade de alegações contraditórias, com freqüência propositadamente absurdas e farsescas, de tal modo que ele, sentindo a inviabilidade de um debate limpo, acabe preferindo recolher-se ao silêncio. Nesse momento ele se torna politicamente defunto. O mal venceu mais uma batalha.
A técnica foi experimentada pela primeira vez no século XVIII. Foi tão pesada a carga de invencionices, chacotas, lendas urbanas e arremedos de pesquisa histórico-filológica que se jogou sobre a Igreja Católica, que os padres e teólogos acabaram achando que não valia a pena defender uma instituição venerável contra alegações tão baixas e maliciosas. Resultado: perderam a briga. O contraste entre a virulência, a baixeza, a ubiqüidade da propaganda anticatólica e a míngua, a timidez dos discursos de defesa ou contra-ataque, marcou a imagem da época, até hoje, com a fisionomia triunfante dos iluministas e revolucionários. Pior ainda: recobriu-os com a aura de uma superioridade intelectual que, no fim das contas, não possuíam de maneira alguma. A Igreja continuou ensinando, curando as almas, amparando os pobres, socorrendo os doentes, produzindo santos e mártires, mas foi como se nada disso tivesse acontecido. Para vocês fazerem uma idéia do poder entorpecente da “espiral do silêncio”, basta notar que, durante aquele período, uma só organização católica, a Companhia de Jesus, fez mais contribuições à ciência do que todos os seus detratores materialistas somados, mas foram estes que entraram para a História – e lá estão até hoje – como paladinos da razão científica em luta contra o obscurantismo. (Se esta minha afirmação lhe parece estranha e – como se diz no Brasil – “polêmica”, é porque você continua acreditando em professores semi-analfabetos e jornalistas semi-alfabetizados. Em vez disso, deveria tirar a dúvida lendo John W. O’Malley, org., The Jesuits: Cultures, Sciences, and The Arts, 1540-1773, 2 vols., University of Toronto Press, 1999, e Mordecai Feingold, org., Jesuit Science and the Republic of Letters, MIT Press, 2003).
Foi só quase um século depois desses acontecimentos que Alexis de Tocqueville descobriu por que a Igreja perdera uma guerra que tinha tudo para vencer. Deve-se a ele a primeira formulação da teoria da “espiral do silêncio”, que, em extensa pesquisa sobre o comportamento da opinião pública na Alemanha, Elizabeth Noëlle-Neumann veio a confirmar integralmente em The Spiral of Silence: Public Opinion, Our Social Skin (2ª. ed., The University of Chicago Press, 1993). Calar-se ante o atacante desonesto é uma atitude tão suicida quanto tentar rebater suas acusações em termos “elevados”, conferindo-lhe uma dignidade que ele não tem. As duas coisas jogam você direto na voragem da “espiral do silêncio”. A Igreja do século XVIII cometeu esses dois erros, como a Igreja de hoje os está cometendo de novo.
A sujidade, a vileza mesma de certos ataques são plenejadas para constranger a vítima, instilando nela a repulsa de se envolver em discussões que lhe soam degradantes e forçando-a assim, seja ao silêncio, seja a uma ostentação de fria polidez superior que não tem como não parecer mera camuflagem improvisada de uma dor insuportável e, portanto, uma confissão de derrota. Você não pode parar um assalto recusando-se a encostar um dedo na pessoa do assaltante ou demonstrando-lhe, educadamente, que o Código Penal proíbe o que ele está fazendo.
As lições de Tocqueville e Noëlle-Newman não são úteis só para a Igreja Católica. Junto com ela, as comunidades mais difamadas do universo são os americanos e os judeus. Os primeiros preferem antes pagar por crimes que não cometeram do que incorrer numa falta de educação contra seus mais perversos detratores. Os segundos sabem se defender um pouco melhor, mas se sentem inibidos quando os atacantes são oriundos das suas próprias fileiras – o que acontece com freqüência alarmante. Nenhuma entidade no mundo tem tantos inimigos internos quanto a Igreja Católica, os EUA e a nação judaica. É que viveram na “espiral do silêncio” por tanto tempo que já não sabem como sair dela – e até a fomentam por iniciativa própria, antecipando-se aos inimigos.
A única reação eficaz à espiral do silêncio é quebrá-la – e não se pode fazer isso sem quebrar, junto com ela, a imagem de respeitabilidade dos que a fabricaram. Mas como desmascarar uma falsa respeitabilidade respeitosamente? Como denunciar a malícia, a trapaça, a mentira, o crime, sem ultrapassar as fronteiras do mero “debate de idéias”? Quem comete crimes não são idéias: são pessoas. Nada favorece mais o império do mal do que o medo de partir para o “ataque pessoal” quando este é absolutamente necessário. Aristóteles ensinava que não se pode debater com quem não reconhece – ou não segue – as regras da busca da verdade. Os que querem manter um “diálogo elevado” com criminosos tornam-se maquiadores do crime. São esses os primeiros que, na impossibilidade de um debate honesto, e temendo cair no pecado do “ataque pessoal”, se recolhem ao que imaginam ser um silêncio honrado, entregando o terreno ao inimigo. A técnica da “espiral do silêncio” consiste em induzi-los a fazer precisamente isso. Edison Madruga Martins
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OBS> Este artigo acima realmente toca em pontos chave, e mostra situações bem claras de como avança o mal, devido a inécia dos bons. O grande problema é que nós católicos recebemos de Jesus uma palavra diferente, que se chama "dar a outra face". De fato, Jesus se calou diante de seus acusadores mentirosos. E há outra das Escrituras que diz: a Mim pertence a justiça! Como agir então?

Óbvio que esta "espiral do silêncio" se aplica em muitos setores. Agora mesmo e já nos últimos dias, nos chegam notícias sobre a economia do nosso país, sobre os índices de desenvolvimento, nível de escolaridade, produtividade, produção científica e outros indicadores mais, que mostram um Brasil em decrepitude crescente, ante outras nações que se desenvolveram mais na ultima década. Mas observem o silêncio anterior da imprensa, dos meios de comunicação que blindaram de tal forma o governo anterior - cujo presidente saiu endeusado - quando agora muito descarados vem a público mostrar que vivemos uma farsa. Um desgoverno! Mas que fez seu substituto! Para continuar o mesmo caminho de ruína!

Ou seja: mentem, e mentem, descaradamente e mentem tanto, que fazem do celerado um santo, e do santo um demente. E o imenso dilúvio dos mornos, faz de conta de que nada disso é com ele, enquanto morre um pouco a cada dia. Com isso o mal avança e nestes últimos anos sempre mais acelerado, porque a sociedade se cala diante desta avalanche, quando isso é apresentar sinais de morte. E vou dar exemplos:

Na palestra que fiz sobre o fim, durante o Tríduo, falei sobre o ensino obrigatório nas escolas do Brasill - e em do mundo - do homossexualismo como algo de bom, mostrando meninos de não mais de seis anos beijando-se na boca, com vídeos imundos, diabólicos, que ensinam está prática que somente agrada ao inferno. Melhor dizendo, prática que nem os demonios conseguem suportar, e que, embora a incitem, viram a cara para não presenciar. Ou seja: os filhos do diabo dizem que isso é bom, é necessário para o desenvolvimento integral das crianças, e atacam de tal forma furiosa os que contradizem que se acovardam as multidões.

Então mostrei que são incrivelmente poucas as vozes que se levantam contra isso, e sendo dezenas de milhares as famílias com filhos entre cinco e 18 anos na escola, e que são obrigados a estudar isso, digo que serão milhares de pais e mães diante do Tribunal do Altíssimo, e pagarão caro o fato de não terem feito nada para evitar que isso tivesse acontecido. Estes milhões de pais e mães deveriam inundar Brasilia, invadir o Congresso - pacificamente - entupir o Palácio do Planalto de ativos defensores da moral, até que todas as leis neste sentido fossem abolidas, rasgados todos os papéis, e mais que tudo fossem DEMITIDOS os responsáveis por estes currículos demoníacos. O grito destas alminhas inocentes, sendo conspurcadas por estes imundos, clama aos céus por justiça e não ficará sem paga.

Da mesma forma quanto à Igreja Católica, e a ação dos nossos bispos. Num outro comentário mostramos como o Santo Padre deu um tapa com luva de pelica nesta campanha da fraternidade ecológica, falando em "ecologia do homem", que implica na defesa da vida humana, antes de qualquer outra defesa. Observem porém, a absurda inércia com que se portaram os luminares de nossa Igreja: tomados de uma pusilanimidade inexplicável eles praticamente nada fizeram para evitar as leis do aborto em nosso meio, enquanto saem agora a campo para defender a água, a tartaruga, a vitória régia e o mico leão dourado, na natureza é sua deusa.

Quantos bispos, por exemplo, saíram em defesa do valente Dom Sobrinho, naquele caso da menina do Nordeste obrigada a abortar? Todos os que se calaram, todos os que nada fizeram, e ai daqueles que combateram aquela firme atitude, hão de enfrentar a Justiça divina, em sua ira máxima. É desfaçatez sem limites propor uma fraternidade da água, quando as crianças de tenra idade estão sendo corrompidas por um governo imundo, que faz do sexo e tudo o que a ele diz respeito, a meta máxima de um processo educativo. Quando crianças são ensinadas nas escolas a se masturbarem desde cedo, clama aos céus que nossa Igreja, volte-te apenas para a deusa gaia, a tal mãe terra, quando o cuidado dela pertence ao seu Criador.

Pior do que viver esta política de avestruz, que finge atividade e canta loas em cima do que é inócuo, é saber que dentro de poucos meses o mundo inteiro estará envolvido na mais tremenda das tribulações, porque os guias cegos são incapazes de ver o principal, o único que interessa a Deus que são as nossas almas. Ou seja: aquilo que o articulista acima afirma ser um ataque do comunismo e da besta contra a Igreja, acontece dentro dela mesma, pois quando um bispo combate outro, por combater o demônio, tem dentro da própria casa uma serpente, não precisa buscá-la entre os inimigos declarados.

Pois bem: se os homens e mulheres de bem se calam diante do mal que avança, não resta a Deus outra alternativa senão permtir que todo o planeta seja varrido por uma tsunami como esta que aconteceu no Japão. Isso virá em breve, porque Deus já não suporta mais tanto cinismo, tanta incúria, tanta desfaçatez, e principalmente em ver sua casa sendo transformada num covil de ladrões de almas.

É por isso que em breve, muito em breve, antes que os responsáveis tenham tempo de respirar, virá o Dilúvio, e levará a todos. Jesus profetizou assim, e assim será!
Aarão

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