quarta-feira, 27 de abril de 2011

2 ALICERCES DA FÉ

Dois grandes alicerces da fé
(por Rodrigo Maximo de Andrade)

Muitos questionamentos do ser humano estão relacionados a uma única questão: o que é a fé? Pensando sobre essa nuclear questão e, juntando alguns limitados conhecimentos teológicos e filosóficos, resolvi escrever algumas palavras sobre este importantíssimo assunto.
A palavra “fé” é talvez uma das mais usadas em nossos tempos e, por esta razão, também a mais banalizada. A população a utiliza praticamente para tudo: “Tenho fé que vou ganhar na loteria!”; “Tenho fé na vitória da seleção!”. Esses usos, evidentemente, não estão de acordo com o sentido religioso dela. O sentido mais explícito da palavra é uma afirmação do acreditar em algo e, religiosamente falando, acreditar em algo metafísico. Existe também o sentido que é menos explícito, todavia não menos importante: a negação de algo. Fé é afirmação e negação ao mesmo tempo.
No sentido mundano da palavra, citei algumas frases no parágrafo acima e gostaria de trabalhar mais especificamente cada uma delas agora. Vejamos a primeira frase: “Tenho fé que vou ganhar na loteria!” O sujeito que diz isso está explicitamente declarando que vai ganhar o prêmio e implicitamente também dizendo que nenhuma outra pessoa ganhará. A segunda frase: “Tenho fé na vitória da seleção!” O torcedor que externa este sentimento declara, por exemplo, que o selecionado brasileiro irá ganhar a copa do mundo. Mas, para que esse desejo se torne realidade, todas as outras seleções precisam perder o mesmo campeonato. Implicitamente ele declara na mesma frase que a Argentina, por exemplo, perderá. Existe uma relação de duplicidade no sentido da palavra, isto é, o positivo e o negativo. O sentido de afirmação sempre é explícito e o de negação sempre é implícito, contudo a importância dos dois são rigorosamente as mesmas. Concluo, portanto, que não existe fé unicamente positiva. Sempre é preciso afirmar algo e negar outro para que haja fé. Se eu disser: “Tenho fé em minhas convicções!”, não basta acreditar no que penso, mas é preciso também negar todas as ideologias em contrário às minhas convicções. Como esta problemática se aplica no campo religioso?
Todas as religiões possuem fé no sentido metafísico da palavra e nenhuma religião nasce ou se sustenta sem ela. Seria uma grande contradição existir religião sem fé. Vou tecer alguns brevíssimos comentários sobre as três grandes religiões monoteístas para ilustrar meu raciocínio.
Em que acredita um maometano? Em um único Deus. Mas quem é Deus para ele? É um ser supremo, não trinitário, que tem Maomé como seu profeta supremo e o Alcorão como seu livro sagrado. Em que acredita um judeu? Em um único Deus. Mas quem é Deus para ele? É um ser supremo, não trinitário, que tem vários profetas (Moisés, Isaias, Elias, etc.) e a Torá como seu livro sagrado. E finalmente, em que acredita um cristão? Em um único Deus. Mas quem é Deus para ele? Um ser supremo, trinitário, que têm os mesmos profetas da Torá e mais os profetas do Novo Testamento (Bíblia). O cristão crê que Jesus é Deus (Segunda Pessoa da Trindade) e Verbo Vivo enviado por Deus Pai (Primeira Pessoa da Trindade) para remissão dos pecados dos homens.
Essas três religiões proclamam apenas um único Deus, entretanto os dogmas não são os mesmos, os profetas não são os mesmos, os livros sagrados não são os mesmos, os caminhos não são os mesmos e, por dedução, o Deus também não é o mesmo. Para que um maometano possa afirmar sua fé é necessário negar a fé judaica e a fé cristã. A fé em Alá é positiva explicitamente e negativa de outras religiões implicitamente. O mesmo processo ocorre em relação aos judeus e os cristãos. Se um judeu, por exemplo, aceitar a Trindade como verdade de fé, ele não será mais judeu e sim cristão. Se um cristão aceitar Maomé e o Alcorão, ele automaticamente será um maometano. Se existir uma seita que faça sincretismo dos dogmas das três religiões, essa nova entidade será uma quarta religião e com certeza não será nem judaica, islâmica ou cristã. Fé, portanto, é um conceito de afirmação de algo e negação de outro.
Pode haver relativização, sincretismo ou ecumenismo? Politicamente em relações humanas, sim. Contudo, em questões relativas à fé e moral religiosa, não. Muitos confundem, por exemplo, igreja com partido político. Um partido, como o próprio nome diz, é parte de um todo. Ele é uma entidade não metafísica (secular, mundana, etc.) que representa politicamente parte da sociedade. Por isso, é lícito fazer alianças e política com outros partidos visando aplicação de conceitos em comum. O programa partidário e as diretrizes práticas de uma agremiação política podem ser negociados com outras instituições para que ambas cheguem a um denominador comum.
Em questões religiosas não pode existir negociação. Verdades de fé são inegociáveis. Enquanto um partido político é parte, a igreja é o todo. No Brasil existem aproximadamente cento e trinta milhões de eleitores, isto é, cada eleitor representa politicamente 0,000000008% do colégio eleitoral. Cada parte pode se aliar em associações e partidos políticos com outras partes. O partido pode se associar a outro e formar alianças, frentes, etc. Esse é o cerne da política pública e o que se convencionou chamar de “democracia”. A igreja não pode se associar com partes, pois ela é o todo. Deus é todo e único, isto é, indivisível.
Pode-se, contudo, existir seitas. Elas têm esse nome porque são partes que se separaram do todo. Quando uma parte se separa do todo já não representa mais o conjunto universal do qual ela se separou. A reforma protestante se propôs a ser parte de um todo e por isso já não representou mais o conjunto universal. E quem é o conjunto universal da igreja? Deus! As seitas protestantes tendem sempre a se separar, pois já não fazem mais parte de um todo e estão condenadas como pedras que caem de uma montanha e tocam o chão se esfacelando ainda mais. Para se ter fé no todo é preciso negar a parte e para se ter fé na parte é preciso negar o todo. Pode, contudo, haver ecumenismo?
Todas as tentativas de ecumenismo terão insucesso, pois acarretarão em sincretismo. Sincretismo é a tentativa de pegar diversas partes e formar um todo. Porém, como o todo (Deus) é indivisível e não se separa em fragmentos, as partes que o sincretismo tenta juntar são falsas. Na igreja, o ecumenismo gerará automaticamente a apostasia. E o que é apostasia? Apostasia é a perda da fé. Caro leitor, o ecumenismo é uma maneira sincrética de pegar partes de várias religiões e colocá-las em um denominador comum. É como fazer uma aliança partidária. Mas, como explicitei nos parágrafos acima, igreja não é partido. Pode-se até admitir a fé na parte, pois ela implicitamente negará o todo, porém jamais pode haver fé em sincretismo ou ecumenismo, pois eles não negarão nada. O ecumênico e o sincrético farão política mundana na tentativa de “unir” todas as religiões em uma só e sem negar nenhuma. Como escrevi no início deste texto, a fé é a afirmação de algo e negação de outro. Não existe fé apenas afirmativa. Os ecumênicos tentam transportar valores de política mundana para o campo religioso, todavia água e óleo não se misturam.
O maior mantra * dos ecumênicos é: “vamos esquecer o que nos separa e caminharmos juntos naquilo que nos une!” Essa frase é apostasia pura, pois existe ausência de fé. Não existe nem afirmação explícita e nem negação implícita de nada. O resultado de conciliar ecumenicamente cristianismo, seitas, maometanos, judeus, budistas, espíritas, umbandistas e todas as outras religiões será uma pasta de apostasia. O ecumênico não tem fé (certa ou errada), sua única certeza é a utopia. A fé é alimentada pela afirmação e negação. Esses são dois grandes alicerces dela.
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*OBS. Mantra mesmo, no verdadeiro sentido da palavra é aquela música da tal de Campanha da Fraternidade da CNBB, uma coisa ruim que se impregna na gente como a peste e grita nos ouvidos o tempo inteiro. Já por duas vezes tive que implorar a Jesus que me retirasse aquelas frases da cabeça senão eu enlouqueceria, na primeira foram três dias e três noites com aquele horror, sem parar.


O que tem de errado a música mantra? Tem que ela angustia a pessoa. E por qual motivo esta última é tão perniciosa? Porque cínica: de fato eles gritam que ninguém pode servir a dois senhores, entretanto, todo o sentido é exatamente o de seguir ao senhor do mundo e do dinheiro. A proposta da CF é cínica, porque usa a Palavra de Deus como chave, mas lê o falso livro das teologias libertadoras que busca no ter a libertação do homem. Se eles não fossem descarados, pregariam contra o pecado da cobiça, da ganância, mas como podem pregar contra o pecado se eles se unem ecumenicamente e exatamente em torno dele? Ou por acaso vocâ já viu algum destes criadores de doutrina se desprender do bem bom, para viver a pobreza humilde do presépio?



Isso tem a ver claramente com o texto acima, que denuncia o falso ecumenismo que pretende unir partes de um conjunto de crenças e doutrinas diferentes para formar uma nova fé. Ora, tudo o que é bom, santo, divino, sagrado, ótimo e necessário para salvar uma alma, sempre esteve, está e sempre estará somente com a Igreja Católica. Mentira que os outros tem partes da verdade, porque se eles têm alguma verdade, essa também está na única Igreja de Jesus. Ou seja: a vivência da Fé verdadeira, em Jesus Cristo, pressupõem implicitamente a negação de todas as outras crenças, credos e crendices, seitas e sandices.



Por qual motivo a CF não trata de uma campanha do Rosário em Familia, ou da Confissão, ou da Adoração ao Santíssimo? Porque estas são coisas santas e sagradas, que não podem ser tratadas com quem as profana. Ora, assim sendo o bom senso manda evitar tudo o que estas CFs trazem, até porque, me mostrarem que uma só delas, em mais de 40 anos deu algum fruto, passo a acreditar elas tem algo de bom. Dou a mão á palamatória. No mais, foram milhões de reais investidos em uma coisa que, pior que ser inócua é prejudicial á fé e à Igreja. Meia verdade é sempre um grande mentira.



No mais, peço a Deus que me livre de ouvir aquele canto oficial, porque ele me atormenta os ouvidos e machuca o coração. Aarão

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